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16/02/2012 12:46

"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça..."

Mário Quintana

 

... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso. (Clarice Lispector)

 

 

A MULHER É MAIS FORTE

 

O homem tem medo dos trovões, dos relâmpagos, dos ciclones, dos maremotos e de todas as forças da natureza. Tem medo de nascer e medo de morrer. Tem medo de saber que tem medo e tem medo do próprio medo.

A mulher sempre soube que de seu ventre intumescido saía uma cria, misteriosamente gerada, que tinha de cuidar. Ser mãe, desde o nascer da espécie, deu à mulher uma ligação mais direta com o medo. Seus medos, no entanto, são do cotidiano. Medos menores, mais concretos, mais reais.

 

EPITÁFIO

 

Quando era jovem e livre, sonhava em mudar o mundo.

Na maturidade, descobri que o mundo não mudaria.

Então resolvi transformar meu país.

Depois de algum esforço, terminei por entender que isso também era impossível.

No final de meus anos, procurei mudar minha família, mas ela continuou a ser como era.

Agora, no leito de morte, descubro que minha missão teria sido mudar a mim mesmo.

Se tivesse feito isso, teria sido capaz de transformar minha família.

Então, com um pouco de sorte, esta mudança afetaria meu país e — quem sabe — o mundo inteiro.

 

FAÇA ALGUÉM FELIZ

 

Dê um passo na direção de alguém. Aproxime-se dele, sem cerimônia. Deixe o sorriso acontecer. Olhe-o nos olhos.

Aponte-lhe um defeito, mas com jeito e ternura. Respeite sua lágrima. Ouça sua história com atenção. Escreva-lhe uma carta ou mande-lhe um e-mail.

Ajude-o a resolver um problema. Pergunte-lhe como vai, como tem passado. Sugira-lhe um passeio agradável, um bom livro, um filme de amor.

Diga-lhe, de vez em quando: “Desculpe-me”, “muito obrigado”! Faça tudo para agradá-lo.

E não se espante se a pessoa mais feliz depois de tudo isso for você!


4ª MENSAGEM.

 

SERENIDADE.

 

Esteja sempre em paz com Deus.

Evite os barulhentos e os agressivos. Eles constrangem o espírito.

Exercite a fortaleza de ânimo para se garantir nos desastres súbitos.

Não despreze sua carreira, por mais humilde que seja.

Proceda com cautela nos negócios, pois o mundo está cheio de raposas.

Procure ser feliz, porque, afinal, não é tão difícil assim!

Sem sacrificar seus princípios, seja cordial com todos.

Transite com calma entre a bulha e a pressa e não se recuse à paz do silêncio.

Sejam quais forem suas lutas e seus ideais, viva em paz com sua alma, mesmo no fragor das batalhas. Malgrado as imposturas, as durezas e as decepções, o mundo ainda é belo.

 

COMO VIVER BEM

 

Aceite com simpatia as sugestões que lhe são dadas.

Afaste-se de fatos e pessoas negativas.

Aja prontamente, sem vacilar, quando for necessário.

Ande bem vestido, limpo e perfumado. Goste de sua própria imagem.

Cuidado com as notícias ruins: fique longe delas!

Cultive a alegria, o riso, o bom humor.

Encare a realidade com os pés no chão.

Faça tudo com sentimento de perfeição, prestando atenção aos mínimos detalhes.

Ilumine mais seu ambiente de trabalho e sua casa. A escuridão traz  depressão.

Não reclame e não fale mal dos outros.

Não se drogue por não ser capaz de suportar a própria dor.

Seja alguém sempre pronto a colaborar.

Surpreenda as pessoas com momentos mágicos.


6ª MENSAGEM.

 

A CAIXA.

 

O velho trabalhou a vida inteira. Ao aposentar-se, comprou uma propriedade rural para que o filho a administrasse e resolveu passar o resto de seus dias na varanda da casa principal.

O filho laborou na fazenda durante três anos. Então, começou a ficar com raiva:

— Meu pai não faz nada, comentava com seus amigos. Passa a vida olhando o jardim e me põe a trabalhar como se fosse escravo, para que possa alimentá-lo.

Um dia, resolveu acabar com a situação, que achava injusta. Construiu uma grande caixa de madeira, foi até a varanda e disse ao pai:

— Entre aí.

O pai obedeceu-lhe.

O filho colocou a caixa em seu caminhão e foi até a beira de um precipício. Quando se preparava para jogá-la lá embaixo, escutou a voz do pai:

— Meu filho, pode atirar-me no despenhadeiro, mas guarde a caixa.  Está dando o exemplo, e seus filhos, algum dia, vão precisar dela para usá-la com você.

 

 

PRIMEIRA LIÇÃO DE VIDA

 

Numa época em que um sorvete custava muito menos que hoje, um menino de dez anos entrou numa lanchonete e sentou-se à mesa. Uma garçonete colocou um copo de água na frente dele.

— Quanto custa um sundae?

— 50 centavos.

O menino puxou as moedas do bolso e começou a contá-las.

— Bem, quanto custa o sorvete simples?

A essa altura, mais pessoas estavam esperando para ser atendidas e a garçonete começava a perder a paciência.

— 35 centavos, respondeu-lhe, de maneira brusca.

O garoto, mais uma vez, contou as moedas e disse-lhe:

— Vou querer, então, o sorvete simples.

A garçonete trouxe o sorvete simples, colocou-o na mesa e saiu.

O menino acabou de tomar o sorvete, pagou a conta no caixa e saiu.

Quando a garçonete voltou, começou a chorar, à medida que ia limpando a mesa, pois ali, do lado da taça vazia de sorvete, havia 15 centavos em moedas, ou seja, o menino não pediu o sundae porque queria que sobrasse a gorjeta da garçonete.

 

 

ALPES ITALIANOS

 

Nos Alpes italianos havia um pequeno vilarejo que se dedicava ao cultivo de uvas para produção de vinho. Uma vez por ano, ocorria uma festa para comemorar o sucesso da colheita. A tradição exigia que, nessa festa, cada morador do vilarejo trouxesse uma garrafa do seu melhor vinho, para colocar dentro de um grande barril que ficava na praça central. Entretanto, um dos moradores pensou: “Por que deverei levar uma garrafa do meu mais puro vinho? Levarei uma cheia de água, pois no meio de tanto vinho o meu não fará falta.”

Assim pensou e assim fez. No auge dos acontecimentos, como era de costume, todos se reuniram na praça, cada um com sua caneca, para pegar uma porção daquele vinho, cuja fama se estendia além das fronteiras do país. Contudo, ao se abrir a torneira do barril, um silêncio profundo tomou conta da multidão. Do barril saiu apenas água.

Como isso aconteceu? Ocorre que todos pensaram como aquele morador: “A ausência da minha parte não fará falta.” Somos muitas vezes conduzidos a pensar: “Tantas pessoas existem no mundo que, se não fizer minha parte, não terá importância.” O que aconteceria com o mundo se todos pensassem assim?


9ª MENSAGEM.

 

AMOR DE PERDIÇÃO.

 

Quando a conheci, tinha 16 anos. ELA, não sei. Fomos apresentados numa festa por um carinha que se dizia meu amigo. Foi amor à primeira vista.

ELA me enlouquecia. Nosso amor chegou a um ponto que já não conseguíamos mais viver sem a companhia um do outro.

Mas era um amor proibido. Meus pais não a aceitaram.

Fui repreendido na escola e passamos até a nos encontrar escondidos, mas aí não deu mais. Fiquei louco. Eu a queria, mas não a tinha. Não podia permitir que me afastassem DELA.

Amava-a apaixonadamente. Bati com o carro. Quebrei tudo dentro de casa e quase matei minha irmã. Estava louco, mas precisava cada vez mais DELA.

Hoje, tenho 39 anos e estou abandonado pelos meus pais, pelos amigos e por ELA.

Seu nome? COCAÍNA!

Devo-lhe tudo: Meu amor, minha vida, minha destruição e minha MORTE.

(Fred Mercury, do grupo Queen, pouco antes de morrer vítima de AIDS).


10ª MENSAGEM.

 

CORDIALIDADE.

 

Ajude desinteressadamente.

Aprenda a esperar sem alimentar com ansiedade o problema existente.

Do passado escolha o bem e viva o presente como dádiva da vida.

É covardia usar os erros passados como argumento nas discussões presentes.

Fale pouco, interrogue o menos possível e não sofra se não responderem.

Jamais conte demais seus ressentimentos às pessoas afins e nunca o faça aos estranhos.

Lembre-se de que é muito difícil mudar o temperamento de alguém.

Não obrigue ninguém a nada, mesmo que a posição lhe permita tudo exigir.

Nunca exagere ao felicitar ou ao externar condolências.

Peça por favor e espere.

Resista ao máximo, sem implorar auxílio. Recebendo-o ou não, agradeça sempre.

Sorria, mesmo contrariado em seu modo de ver e sentir, sem criticar injustamente o próximo.

 

SEJA FELIZ

 

Dê um passo de cada vez e atinja um ideal gradativamente também: essa é a forma de descobrir o que, de fato, é a realização.

Encare os erros passados como uma grande lição de vida. Deixe para trás o dia de ontem com todos os seus problemas, preocupações e dúvidas. Compreenda que não pode mudar o que passou, mas bem à sua frente está o futuro e pode fazer alguma coisa por ele.

Enfrente até o impossível de peito aberto, mesmo que algumas pessoas pensem que não vencerá. Lembre-se de que a história do mundo está cheia de inacreditáveis realizações daqueles que foram suficientemente tolos para acreditar.

Jamais abandone seus sonhos. Eles são uma parte muito essencial de você. Faça o que puder para torná-los realidade pelos caminhos que percorre, pelos planos que traça e em todas as coisas que faz.

Não se esqueça de que há em você coisas maravilhosas, raras e únicas. Quando buscar um sorriso dentro de si e encontrá-lo, lembre-se de que ele sempre será um reflexo da maneira como as pessoas se sentem em relação a você.

Nunca tente realizar tudo de uma vez. A vida pode ser difícil o suficiente sem que se somem frustrações à sua lista.

 

 

COMECE ORANDO

 

A censura é choque nos agentes da afinidade.

A cura espiritual lança raízes sobre a força do amor.

A dúvida deita raios de morte.

A esperança é alegria no coração.

A palavra agressiva prende o trabalho na estaca zero.

A prece é a luz na sombra em que a doença se instala.

Ajude espontaneamente para o bem.

Aversão é calamidade vibratória.

Conserve a brandura.

Fuja da impaciência.

Interprete o doente como se fosse você mesmo.

Jamais se escandalize.

Não cultive desafetos.

Nunca critique só por criticar.

O corpo de quem sofre é objeto sagrado.

Seja confiante.

Semeie alegria.

Simpatia é cooperação.

Toda irritação é desastre magnético de conseqüências imprevisíveis.

 

 

CADA UM SEGUINDO SUA NATUREZA

 

Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam numa ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu na margem do rio, meteu-se na água e pôs o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o escorpião picou-o e, devido à dor, o bom homem deixou-o cair novamente no rio. Foi, então, à margem novamente, pegou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr na margem, entrou no rio, retirou o escorpião e o salvou.

O frade voltou e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados:

— Mestre, deve estar doendo muito! Por que salvou esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o salvou! Não merecia sua compaixão!

O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu-lhes:

— Ele agiu conforme sua natureza e eu de acordo com a minha.

Esta parábola nos faz refletir sobre a forma de melhor compreender e aceitar as pessoas com quem nos relacionamos. Não podemos e nem temos o direito de mudar o outro, mas podemos melhorar nossas próprias reações e atitudes, sabendo que cada um dá o que tem e o que pode. Devemos fazer nossa parte com muito amor e respeito ao próximo. Cada qual conforme sua NATUREZA.

 

 

QUEM SE AMA DE VERDADE

 

É otimista, feliz, sorridente.

É sábio, inteligente, e raciocina antes de falar qualquer coisa, evitando passar informações deturpadas.

Está sempre disposto a perdoar e compreender em qualquer situação.

Jamais se deixa acomodar pela vida e se desdobra para trabalhar cada vez mais.

Jamais fica ressentido, nem chora quando é magoado.

Não guarda raiva, rancor ou ressentimento.

Não se entristece por qualquer razão.

Não sente solidão, sabe conversar com sua voz interior, procurando o tempo todo estar em sintonia com o amor.

Nunca aceita sugestões negativas.

Nunca tem medo da morte, de doenças, de ficar pobre ou sem dinheiro.

Passa seu tempo livre como se fosse uma criança alegre e bem disposta.

Policia seus pensamentos e procura analisar cada um deles.

Procura sair, passear, dançar, ir a um bom teatro, restaurante.

Vê tudo à sua volta como se fosse um processo de autoconhecimento.


 

 

CURTA A NATUREZA

 

A rotina está acabando com você?

Dê uma caminhada, suba uma montanha e verá tantos detalhes diferentes que se esquecerá da vida da cidade grande em um minuto.

Está tudo sem graça?

Sente-se num banco de praça e escute com atenção o canto dos pássaros ao seu redor.

Não acredita mais nos sonhos? 

Examine o céu estrelado e, quando vir uma estrela cadente, peça ajuda ao seu anjo da guarda.

Sua vida está amarga?

Saboreie uma fruta doce e madura e procure esquecer suas agruras por alguns minutos.

Tudo parece sombrio?

Sente-se à beira da praia e espere o sol nascer. Verá muitas nuances de cor e luz e isso fará bem à sua alma.

Viver perdeu o encanto?

Olhe bem para uma violetinha, um cravo, uma flor qualquer e observe a graça imensa que existe em uma simples flor.

No fundo, são gestos pequenos que trazem prazer ao nosso cotidiano.

Tente! Curta a natureza!

 

JESUS

 

Quando, nas horas de íntimo desgosto, o desalento invadir sua alma e as lágrimas  aflorarem aos seus olhos, busque-me:

— Sou aquele que sabe sufocar seu pranto e estancar suas lágrimas!

Quando se julgar incompreendido pelos que o circundam e vir que em torno só há indiferença, acerque-se de mim:

— Sou a luz, sob cujos raios se aclaram a pureza de suas intenções e a nobreza de seus sentimentos!

Quando lhe faltar calma, nos momentos de maior aflição, e se considerar incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoque-me:

— Sou a paciência que o leva a vencer os transes mais dolorosos, fazendo-o triunfar nas situações mais difíceis!

Quando a tristeza e a melancolia invadirem seu coração e tudo lhe causar aborrecimento, chame por mim:

— Sou a alegria que insufla um alento novo e o faz conhecer os encantos do seu mundo interior!

E quando, enfim, quiser saber quem sou, pergunte ao riacho que murmura, ao pássaro que canta, à flor que desabrocha, à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda.

Chamo-me AMOR, o remédio para todos os males que atormentam o espírito.

SOU JESUS!


 

 

COMO CRIAR UM DELINQÜENTE

 

Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas, etc. Faça tudo por ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade.

Comece a dar a seu filho tudo o que quiser na infância. Assim, quando crescer, acreditará que o mundo tem obrigação de lhe fazer todas as vontades.

Dê-lhe todo o dinheiro que quiser. Nunca o deixe ganhar seu próprio sustento. Por que terá que passar pelas mesmas dificuldades pelas quais passou?

Discuta, com freqüência, na sua presença. Dessa forma, não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.

Nunca lhe dê orientação religiosa. Espere que chegue aos 21 anos e decida por si só.

Quando disser nomes feios, ache bonito. Isso fará com que se considere interessante!

Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. Negar-lhe qualquer coisa poderá gerar frustrações prejudiciais à vida dele.

Se ele se meter em alguma encrenca, dê a desculpa de que nunca conseguiu dominá-lo.

Tome partido dele contra os vizinhos, professores e policiais. Todos têm má vontade para com seu filho!

Prepare-se para uma vida de desgosto. É o seu merecido destino.

 

 

UMA FÉ INABALÁVEL!

 

Um homem estava decidido a retirar toda a água de um grande lago para encontrar uma pérola de valor inestimável que havia no fundo. Depois de dois ou três dias esvaziando-o, balde após balde, um enorme dragão apareceu e disse-lhe:

— Sou o senhor do lago. O que está fazendo?

O homem replicou-lhe que procurava uma pérola perdida e pretendia retirar cada gota d’água do lago, até encontrá-la. O dragão riu-se dele e afirmou-lhe, zombeteiro:

— Jamais a encontrará! É impossível retirar  toda a água, mesmo que não fizesse outra coisa em toda a sua vida.

Mas o homem continuou retirando a água, incessantemente, todos os dias.

— Você está errado, disse ao dragão, vou conseguir! Mesmo se não esvaziar o lago nessa vida, morrerei com um único pensamento de conseguir a jóia. Na próxima existência, voltarei ao lago e continuarei meu trabalho. Quando morrer novamente, renascerei e de novo insistirei. Mesmo que leve cem, mil ou dez mil vidas, acabarei vencendo e a pérola será minha!

O dragão, impressionado com a feroz determinação daquele homem, se deu conta de que nada poderia detê-lo e que ele acabaria perdendo não somente a jóia, mas, também, o lago. Desistiu de tentar convencê-lo e deu a pérola ao homem.

 

 

SERÁ INÚTIL DIZER:

 

PAI NOSSO, se em minha vida não ajo como filho de Deus, fechando meu coração ao amor.

QUE ESTAIS NO CÉU, se meus valores são representados pelos bens da terra.

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME, se penso, apenas, em ser cristão por medo, superstição e comodismo.

VENHA A NÓS O VOSSO REINO, se acho tão sedutora a vida aqui, cheia de supérfluos e futilidades.

SEJA FEITA A VOSSA VONTADE, ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU, se no fundo pretendo mesmo é que todos os meus desejos se realizem.

O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE, se prefiro acumular riquezas, desprezando meus irmãos que passam fome.

PERDOAI NOSSAS OFENSAS, ASSIM COMO PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO, se não me importo em ferir, cometer injustiça, oprimir e magoar aos que atravessam meu caminho.

NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO, se só escolho o caminho mais fácil, que nem sempre é o caminho de Deus.

LIVRAI-NOS DO MAL, se por minha própria vontade procuro os prazeres materiais e se tudo o que é proibido me seduz.

AMÉM, se, mesmo sabendo que sou assim, continuo me omitindo e nada faço para me modificar.

 

PONTOS DE VISTA

 

Uma indústria de calçados no Brasil desenvolveu um projeto de exportação de sapatos para a Índia. Concluído o plano, mandou dois de seus consultores a pontos diferentes daquele país para fazer as primeiras observações do potencial de mercado naquela região.

Após alguns dias de pesquisa, um dos consultores enviou o seguinte fax à direção da indústria:

— Senhores, cancelem o projeto de exportação de sapatos para a Índia. Aqui ninguém usa sapatos.

Sem saber desse fax, alguns dias depois o segundo consultor mandou o seu:

— Senhores, tripliquem o projeto de exportação de sapatos para a Índia. Aqui ninguém usa sapatos, ainda.

A mesma situação era um tremendo obstáculo para um dos consultores e uma fantástica oportunidade para outro.

De igual forma, tudo na vida pode ser visto sob aspectos diferentes. A sabedoria popular traduz essa situação com a seguinte frase:

Os tristes acham que o vento geme; os alegres e cheios de espírito afirmam que ele canta. (Ou: O pessimista olha pela janela e só vê lama; o otimista, da mesma janela, só vê estrelas brilhando).

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos. A maneira como encaramos a vida é que faz toda a diferença.

 

REFLEXÕES

 

A coisa mais linda de todas? O amor.

A distração mais bela? O trabalho.

A estrada mais rápida? O caminho correto.

A força mais potente do mundo? A fé.

A maior satisfação? O dever cumprido.

A pessoa mais perigosa? A mentirosa.

A pior derrota? O desalento.

A primeira necessidade? Comunicar-se.

A raiz de todos os males? O egoísmo.

A sensação mais grata? A paz interior.

As pessoas mais necessárias? Os pais.

O dia mais bonito? Hoje.

O maior erro? Abandonar-se.

O maior mistério? A morte.

O maior obstáculo? O medo.

O mais fácil de acontecer? Equivocar-se.

O mais imprescindível? O lar.

O melhor remédio? O otimismo.

O pior defeito? O mau humor.

O pior sentimento? O rancor.

O presente mais belo? O perdão.

O que mais faz feliz? Ser útil aos outros.

Os melhores professores? As crianças.

 

 

POBREZA E RIQUEZA

 

Um dia um pai de família rica levou seu filho para viajar pelo interior, com o firme propósito de mostrar-lhe o quanto as pessoas podem ser pobres. Passaram um dia e uma noite no pequeno sítio de uma família muito pobre. Quando retornaram da viagem o pai perguntou ao filho:

— Como foi a viagem?

— Muito boa, papai!

— Viu como as pessoas pobres podem ser?

— Sim.

— E o que aprendeu?

O filho respondeu-lhe:

— Vi que temos um cachorro em casa; eles têm quatro. Possuímos uma piscina que alcança o meio do jardim; eles têm um riacho que não tem fim. Temos uma varanda coberta e iluminada com luz; eles têm as estrelas e a lua. Nosso quintal vai até o portão de entrada; eles têm uma floresta inteira.

Quando o pequeno garoto estava acabando de responder, seu pai, estupefato, ainda ouviu do filho:

— Obrigado, pai, por me mostrar o quanto somos pobres!

MORAL DA HISTÓRIA: tudo o que temos depende da maneira como olhamos para as coisas. Se tivermos amor, amigos, família, saúde, bom humor e atitudes positivas para com a vida, temos tudo! Se somos pobre de espírito, nada temos!

 

SEJA SEMPRE OTIMISTA

 

Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos para ajudá-lo nos trabalhos em sua pequena fazenda. Um dia, seu capataz veio trazer a notícia de que um dos cavalos havia caído num velho poço abandonado. O poço era muito profundo e seria extremamente difícil tirar o animal de lá.

O fazendeiro foi rapidamente ao local do acidente, avaliou a situação, certificando-se de que o cavalo não se havia machucado. Mas, pela dificuldade e o alto custo para retirá-lo de lá, achou que não valia a pena investir na operação de resgate.

Tomou, então, a difícil decisão: determinou ao capataz que sacrificasse o animal, jogando terra no poço dele até enterrá-lo, ali mesmo. E assim foi feito. Os empregados, comandados pelo capataz, começaram a lançar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o cavalo.

Mas, à medida que a terra caía em seu dorso, o animal a sacudia e ela ia se acumulando no fundo, possibilitando-o de ir subindo. Logo os homens perceberam que o cavalo não se deixava enterrar, mas, ao contrário, estava subindo à proporção que a terra enchia o poço, até que, finalmente, conseguiu sair!

Se estiver lá embaixo, sentindo-se pouco valorizado, e, quando, certos de seu desaparecimento, os outros jogarem sobre você a terra da incompreensão, da falta de oportunidade e de apoio, lembre-se do cavalo desta história. Não aceite a terra que jogarem sobre você, sacuda-a e suba triunfalmente.

 

 

PARADOXOS DO NOSSO TEMPO

 

Aprendemos como ganhar a vida, mas não como vivê-la.

Assistimos muito à televisão e rezamos raramente.

Bebemos excessivamente, fumamos demais, gastamos de maneira perdulária.

Conquistamos o espaço, mas não o conhecemos intimamente.

Construímos edifícios mais altos, mas temos pavios mais curtos.

Estes são os tempos de comida rápida, mas digestão lenta; homens mais altos e caracteres baixos. De casas mais sofisticadas e lares desfeitos. De pílulas que fazem de tudo: alegram, acalmam e matam.

Estes são os tempos em que podemos escolher entre fazer a diferença ou simplesmente apertar delete.

Estivemos na Lua, mas nos é difícil atravessar a rua para encontrarmos nosso vizinho.

Falamos além da conta, amamos pouco e odiamos com muita freqüência.

Ficamos acordados até tarde, levantamos cansados, lemos pouco.

Fizemos grandes coisas, mas não coisas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos nossas almas.

Obtivemos mais descobertas na medicina, mas menos saúde.

Rimos muito, dirigimos rápido, irritamo-nos facilmente.

Temos mais conhecimento, mas menos capacidade de julgamento.

MUITA GENTE PRECISA PARAR PARA PENSAR NO QUE ANDA FAZENDO CONSIGO, COM A VIDA, COM AQUELES A QUEM AMA!

 

 

O QUE É UM AMIGO?

 

Amigo é quem toca na sua ferida numa mesa de chope, acompanha suas vitórias, faz piada amenizando problemas.

Difícil definir amigo. Amigo é mais que ombro amigo, é mão estendida, mente aberta, coração pulsante, costas largas.

É a compreensão para com seu cansaço e a insatisfação para com sua reticência.

É aquele que cede e não espera retorno, porque sabe que apenas o ato de compartilhar qualquer instante com você já o realimenta, o satisfaz.

É aquele que entende seu desejo de voar, de sumir devagar, sua angústia pela compreensão dos acontecimentos.

É aquele que percebe, em seus olhos, seus desejos, seus disfarces, suas alegrias, seus medos.

É lua nova, a estrela mais brilhante, a luz que se renova a cada instante, com múltiplas e inesperadas cores que cabem todas na sua íris.

É o sol que seca suas lágrimas e a polpa que adocica ainda mais seu sorriso.

É quem já sentiu ou um dia sentirá o mesmo que você.

É quem lhe sorri sem motivo aparente, mas sofre com seu sofrimento.

É quem tem medo, dor, náusea, gozo, igualzinho a você.

É quem tentou e fez.

Não se envergonhe de guardar seus amigos em um canto especial do coração!


 

QUERIA SER

 

AMANHECER: Para fazer um dia a mais de felicidade na Terra.

AMOR: Para unir as pessoas e lhes dizer que sou apenas uma delas!

CANTO: Para alegrar os que vivem na tristeza.

CHUVA: Para correr toda a terra e molhar os campos devastados e secos.

DOR: Para amargar no peito dos infiéis.

FLOR: Para enfeitar os jardins no outono.

FORÇA: Para fugir dos que a utilizam para o mal.

GRITO: Para gritar a dor dos que sofrem em silêncio.

LÁGRIMA: Para fazer chorar os corações insensíveis.

LUAR: Para brilhar na noite dos amores incompreendidos.

LUZ: Para iluminar os que vivem na escuridão.

NOITE: Para acalentar os que lutam durante o dia.

OLHOS: Para fazer enxergar os cegos de verdade.

SILÊNCIO: Para fazer calar as vozes que atordoam o coração do homem.

SINO: Para repicar nos Natais dos que possuem recordações  amargas.

SOL: Para fazer brilhar os que não têm lua.

SONHO: Para colorir o sono dos realistas petrificados.

SORRISO: Para encantar os lábios dos amargurados.

VIDA: Para fazer nascer os que estão morrendo.

VEÍCULO: Para trazer de volta os que partiram deixando  saudades.

VOZ: Para fazer falar os que sempre se calaram.

 

A RAPOSA

 

Um lenhador acordava às seis  horas da manhã, trabalhava o dia inteiro cortando lenha e só parava tarde da noite. Tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.

Todos os dias, ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho. Todas as noites, ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada.

Seus vizinhos, entretanto, alertavam-no de que a raposa era um bicho, um animal selvagem e, portanto, não era confiável. Quando sentisse fome, comeria a criança.

O lenhador respondia aos vizinhos que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso.

Os vizinhos insistiam com ele:

— Abra os olhos, a raposa vai comer seu filho! Quando sentir fome, comê-lo-á!

Um dia, o lenhador, muito exausto do trabalho e já cansado desses comentários, ao chegar a casa, viu a raposa sorrindo, como sempre, mas com a boca ensangüentada! Suou frio e, sem pensar duas vezes, acertou o machado na cabeça do animal.

Ao entrar no quarto, desesperado, encontrou seu filho no berço, dormindo tranqüilamente. Ao lado do berço, havia uma cobra morta!

O lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.

Se confia em alguém, não importa o que os outros pensem a respeito dele. Siga seu caminho e não se deixe influenciar. Principalmente, nunca tome decisões precipitadas.

 

UMA HORA DE AMOR

 

Um menino, com voz tímida e olhos admirados, pergunta ao pai, quando este retorna do trabalho:

— Papai, quanto o senhor ganha por hora?

— Escuta aqui, meu filho, isso nem sua mãe sabe. Não me amole, estou cansado!

Mas o filho insiste:

— Mas, pai, por favor, diga-me quanto ganha por hora!

A reação do pai foi menos severa e respondeu-lhe:

— Três reais por hora.

— Então, meu pai, poderia emprestar-me um real?

O pai, cheio de ira e tratando o filho com brutalidade, retrucou-lhe:

— Então essa era a razão de querer saber quanto ganho? Vá dormir e não me perturbe mais, menino aproveitador!

Já era noite, quando o pai começou a pensar no que havia acontecido e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe, o filho precisasse comprar algo. Querendo descarregar sua consciência machucada, foi até o quarto do filho e, em voz baixa, perguntou-lhe:

— Filho, está dormindo?

— Não, papai,  respondeu-lhe, sonolento, o garoto.

— Olha, aqui está o dinheiro que me pediu, um real.

— Muito obrigado, pai, disse-lhe o filho, cheio de felicidade, levantando-se e retirando mais dois reais da caixinha que estava sob a cama.

— Agora já completei, meu pai. Tenho três reais. Poderia vender-me uma hora do seu tempo?

 

A LIÇÃO DA BORBOLETA

 

Um dia uma pequena abertura apareceu em um casulo. Um homem sentou-se e observou a borboleta por várias horas e pensou: “como ela se esforça para fazer com que seu corpo minúsculo passe através daquele pequeno buraco!” De repente, o homem percebeu que a borboleta parou de fazer qualquer movimento. Não havia progresso na sua luta. Parecia que já tinha lutado demais e não conseguia vencer o obstáculo.

Então, o homem resolveu ajudá-la. Pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta saiu facilmente, mas ele percebeu que seu corpo estava murcho e suas asas amassadas. O homem continuou a observar a borboleta porque esperava que a qualquer momento as asas se abrissem e, firmando-se, pudessem suportar o peso do corpo. Mas nada aconteceu!

Ao contrário, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com o corpo murcho e as asas encolhidas. Nunca foi capaz de voar porque o homem, na sua gentileza e vontade de ajudá-la, não compreendeu que era o aperto do casulo que fazia com que a borboleta se esforçasse e assim se fortalecesse para passar por meio da pequenina abertura.

Essa é a forma que Deus utiliza para fazer com que o fluido do corpo da borboleta chegue as suas asas, deixando-as fortes e resistentes o bastante para que possa livrar-se do casulo e voar.

Algumas vezes, o empenho é justamente o que precisamos em nossa vida! Se Deus nos permitisse passar pela vida sem qualquer obstáculo, nos deixaria inacabados. Não iríamos ser tão fortes como somos para suportar os momentos difíceis. Nunca poderíamos voar!

 

A PACIÊNCIA

 

Era uma vez um garoto que tinha um temperamento muito explosivo. Um dia recebeu um saco cheio de pregos e uma placa de madeira. O pai disse-lhe que martelasse um prego na tábua toda vez que perdesse a paciência com alguém.

No primeiro dia, o menino colocou 37 pregos na tábua. Já nos dias seguintes, enquanto ia aprendendo a controlar sua raiva, o número de pregos martelados por dia diminuíam gradativamente. Descobriu que dava menos trabalho controlar sua raiva do que ter de ir todos os dias pregar diversos pregos na placa de madeira.

Finalmente, chegou um dia em que o garoto não perdeu a paciência em momento algum. Falou com o pai sobre seu sucesso e que se sentia melhor não  explodindo com os outros. O pai sugeriu-lhe, então, que retirasse todos os pregos da tábua e que a trouxesse para ele.

O garoto trouxe a placa de madeira, já sem pregos, e a entregou a seu pai, que lhe disse:

— Está de parabéns, meu filho, mas dê uma olhada nos buracos que os pregos deixaram na tábua. Ela nunca mais será como antes. Quando diz coisas estando em momentos de raiva, suas palavras deixam marcas como essas. É o mesmo que enfiar uma faca em alguém e depois retirá-la. Não importa quantas vezes peça desculpas, a cicatriz  continuará lá. Uma agressão verbal é tão ruim quanto uma agressão física. As pessoas a quem amamos e as que verdadeiramente nos amam são como jóias raras. Elas nos fazem sorrir e nos encorajam a alcançar o sucesso. Emprestam-nos o ombro, compartilham de nossos momentos de alegria e tristeza, ajudam-nos, torcem por nós. E são tão difíceis de achar!

 

JESUS CRISTO

 

Você é muito importante para mim.

Caminha, sobe, desce escadas e não se preocupa comigo.

Conhece tanta gente importante, mas não me conhece, logo a mim, que o considero tão importante.

Corre, almoça, trabalha, canta, chora, ama, sorri, mas nunca me chama.

Corre com seu carro, mas nunca para meus braços.

Defende seu time, seu ator, mas não me defende no meio de seus amigos.

Entristece-se, depois se acalma, porém jamais me agradece.

Estuda e não me entende, ganha e não me ajuda, canta e não me alegra.

É tão inteligente e não sabe nada de mim.

É um corpo no mundo; sou um mundo em seu corpo!

Faz o que os outros lhe ordenam, mas não faz o que lhe peço com humildade.

Não tem tempo para nada, nem ao menos para pensar em mim.

Reclama dos maus-tratos, mas não valoriza o que faço por você.

Se está triste, culpa-me por isso, mas se está alegre não me deixa partilhar de sua felicidade.

Sente amor, ódio, menos minha presença.

Subiu na vida e pisa nos menos favorecidos.

Tem tudo e não me dá nada.

Sou alguém que todos os dias bate à sua porta e lhe pergunta:

— Há lugar para mim na sua casa, na sua vida e no seu coração?

— Sou JESUS CRISTO e quero, simplesmente, que me aceite.

 

 

A FELICIDADE

 

Quando as pessoas compreenderem que o mundo não é para ser disputado palmo a palmo, mas, sim, compartilhado; quando deixarem de lado o desejo de ser o centro das atenções, talvez entendam que a humildade é privilégio dos grandes e apenas os medíocres não sabem disso!

Aprendendo a respeitar as pessoas, as plantas e os bichos como obras da mesma natureza da qual fazem parte, o indivíduo cresce espiritualmente e melhora tanto como pessoa, que não lhe sobra tempo para criticar o semelhante.

Caminhar ao lado de um amigo, sorrir inúmeras vezes por dia, falar sempre de coisas boas, procurar conhecer o lado bom das pessoas, esquecer os erros do passado!

Cair, mas levantar sempre; sorrir, mesmo diante de uma negativa; irritar-se em certas horas, mas procurar reverter isso imediatamente; repudiar a inveja e a ingratidão são atitudes que tornam nossa vida melhor.

Pensar positivamente é uma questão de aprendizado, não acontece de forma repentina, mas vale a pena tentar! O indivíduo que consegue inserir em sua vida a prática cotidiana de atitudes positivas, não se torna apenas o melhor amigo, o melhor pai, o melhor chefe e a melhor companhia. Não faz apenas a felicidade dos outros, torna-se verdadeiramente feliz. Sua vida não se transforma num fardo a carregar, cada vez mais pesado, sempre acrescido das desgraças vividas. Ela se torna uma caminhada tranqüila, inesquecível, gratificante e feliz.

A maioria das pessoas procura a felicidade como um fim, não como um caminho. Talvez por isso ela se torne tão inacessível e tão rara.

 

A CAIXINHA DOURADA

 

Há muito tempo, um homem castigou sua filhinha de três anos por desperdiçar um rolo de papel de presente dourado. O dinheiro andava escasso naqueles dias, razão pela qual ficou furioso ao ver a menina envolvendo uma caixinha com aquele papel dourado e colocá-la debaixo da árvore de Natal.

Apesar de tudo, na manhã seguinte a menininha levou o presente a seu pai e disse-lhe:

— Isto é para você, paizinho!

Ele sentiu-se envergonhado da sua furiosa reação, mas voltou a explodir quando viu que a caixa estava vazia. Gritou para ela, dizendo-lhe:

— Você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa?!

A pequena menina olhou para cima com lágrimas nos olhos e disse-lhe:

— Oh, paizinho, não está vazia. Soprei beijos dentro da caixa. Todos para você, papai.

O pai, envergonhado, abraçou a menina e suplicou-lhe que o perdoasse.

Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos e sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali.

De uma forma simples, mas sensível, cada um de nós humanos temos recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional e beijos de nossos pais, filhos, irmãos e amigos. Ninguém poderá ter propriedade ou posse mais bonita que essa.

 

ALGUMAS DAS MELHORES COISAS DA VIDA.

 

Abraçar a pessoa amada.

Acordar e perceber que ainda faltam algumas horas para dormir.

Alguém brincar com seu cabelo.

Apaixonar-se.

A praia.

Banho de espuma quente.

Beijar na boca.

Bons sonhos.

Contemplar o nascer do sol.

Dançar.

Descobrir que o amor é eterno e incondicional.

Dirigir numa estrada bonita.

Escutar a música preferida no rádio.

Fazer novos amigos e ficar junto dos velhos.

Ir a um bom show.

Levantar de manhã e agradecer a Deus por mais um lindo dia!

Os amigos.

Ouvir acidentalmente alguém falar bem de você.

Receber e-mails.

Rir até sentir o rosto doer.

Supermercado sem filas.

Ter calafrios ao ver aquela pessoa especial.

Um olhar carinhoso.

Uma boa conversa.

Ver a expressão de alguém ao ganhar de você o presente que tanto queria.

Viajar com os amigos.

 

LIÇÕES DE VIDA

 

Abra seus braços para as mudanças sem abrir mão de seus valores.

Absorva as regras de maneira a saber quebrá-las da forma mais apropriada.

Aprenda com as derrotas.

Compartilhe seu conhecimento. Esta é uma maneira de alcançar a imortalidade.

Em discordâncias com entes queridos, trate apenas da situação corrente.

Jamais se esqueça de que o melhor relacionamento é aquele em que o amor mútuo excede o amor que cada um precisa receber do outro.

Julgue seu sucesso por aquilo que teve de abrir mão para consegui-lo.

Lembre-se de que uma atmosfera de amor em sua casa é o fundamento para sua vida.

Leve em consideração que grandes amores e conquistas envolvem muito risco.

Não deixe uma disputa por questões menores ferir um grande amigo.

Nunca levante questões passadas.

Passe algum tempo sozinho todos os dias.

Quando perceber que cometeu um erro, tome providências imediatas para corrigi-lo.

Respeite-se e o seu semelhante.

Tenha sempre em mente de que o silêncio é, em algumas vezes, a melhor resposta.

Uma vez por ano, vá a algum lugar onde nunca esteve antes.

Viva uma vida saudável e honrada.

 

 

POR MAIS CINCO MINUTOS

 

A vida de Eduardo desandava. Tudo o que havia possuído, um dia, tinha sido entregue aos cobradores. Até os móveis de sua casa. Apesar de tudo, continuava devendo. Sua esposa e filhos passavam por necessidades.

Mas Eduardo prosseguia trabalhando, não se cansava nem se desesperava. Ia vendendo seus objetos mais simples, mas o pão e o remédio para a família não faltavam. Durante doze meses de privações e sofrimentos, o infeliz chefe de família perseverou lutando.

De certa feita, porém, foi vítima de torpe calúnia e perdeu o emprego. Procurou outro. Andou, indagou, pediu, implorou. Nada! Reuniu seus últimos pertences e os vendeu. Mas, fome, seus filhos não passavam.

Finalmente, tudo se escasseou por completo. De eminente bancário passou a humilde lenhador. Mas prosseguia heroicamente. Seus recursos ficavam cada vez mais parcos e as dívidas de novo aumentavam.

Um dia não suportou mais. Entrou em seu quarto e, aproveitando a ausência dos familiares, empunhou um revólver e se matou com um tiro.

Cinco minutos após o tresloucado gesto, sua esposa entrou em casa gritando de alegria, anunciando a seu esposo a boa nova, julgando estar o marido meditando, como de costume, no seu quarto. Chorando de alegria, dizia a mulher, invadindo o lar:

— Querido, nosso filho ganhou incalculável fortuna numa feliz transação comercial!

Quando abriu a porta do quarto e viu o trágico quadro, caiu desmaiada.

A narrativa deixa-nos uma grande lição. A perseverança traz sucessos imprevistos. Não devemos desistir nunca!

 

 

VOCÊ SABE AMAR?

 

Estou aprendendo a aceitar as pessoas, mesmo quando elas me desapontam e me ferem com palavras ásperas ou ações impensadas. É preciso aceitá-las como são e não como desejo que sejam!

Mas, para isso, é preciso escutar com os olhos, os ouvidos, a alma e com todos os sentidos. Ouvir o que dizem o coração, os ombros caídos, os olhos, as mãos irrequietas e, ainda, a mensagem que se esconde por entre as palavras corriqueiras e aparentemente superficiais.

Descobrir a angústia disfarçada, a insegurança mascarada, a solidão encoberta. Penetrar no sorriso fingido, na alegria simulada, na imodéstia exagerada. Entender a dor de cada coração.

Aos poucos, felizmente, estou aprendendo a amar, a perdoar, pois o amor perdoa, lança fora as mágoas e apaga as cicatrizes que a incompreensão e a insensibilidade gravaram no coração ferido.

O amor não alimenta mágoas com pensamentos dolorosos, nem cultiva ofensas com lástimas e autocomiseração.

Simplesmente perdoe, esqueça, extingue todos os traços de dor no coração.

Que surpresa agradável vislumbrar o valor que se encontra dentro de cada vida, soterrada pela rejeição, pela falta de compreensão, de carinho, de aceitação e pelas experiências duras vividas ao longo dos anos!

É muito importante ver nas pessoas sua alma e as possibilidades que Deus lhes deu.

Como é difícil amar, como Cristo o fez!

Todavia, mesmo tropeçando, errando, sigo em frente e ponho de lado minhas próprias dores, meus interesses, minha ambição, meu orgulho, tudo em prol daquilo que é fundamental e indispensável em minha vida: AMAR SEMPRE, CUSTE O QUE CUSTAR!

 

 

O QUE A VIDA NOS REVELA

 

A felicidade aparece para aqueles que choram, que se machucam, que buscam e tentam sempre, e para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.

Ao darmos a alguém todo o nosso amor nunca temos a certeza de que a recíproca será verdadeira.

As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.

Não ame esperando algo em troca.

Não busque boas aparências, elas podem mudar.

O AMOR começa com um sorriso, cresce com um beijo e termina com uma lágrima.

O melhor AMIGO é aquele com quem nos sentamos por longas horas, sem dizer uma palavra e, ao deixá-lo, temos a impressão de que foi a melhor conversa que já tivemos.

Quando a porta da felicidade se fecha, outra se abre. Porém, estamos tão presos àquela porta fechada que não somos capazes de ver o novo caminho que se abriu.

Quando nasceu, estava chorando e todas as pessoas ao seu redor sorrindo.

Só precisamos de um SORRISO para transformar um dia ruim. Encontre aquela alma gêmea que faça seu coração sorrir.

Somente terá sucesso na vida quando esquecer os erros e as decepções do passado.

Talvez DEUS queira que conheçamos algumas pessoas erradas antes de encontrar a criatura certa para que saibamos, ao encontrá-la, agradecê-Lo por esta bênção.

E o mais importante, viva na presença de DEUS quando seu tempo na terra acabar.

 

 

AMOR INCONDICIONAL

 

(Esta história é sobre um soldado que estava voltando para casa, depois de ter lutado no Vietnã).

Do hospital militar, ligou para os pais, em São Francisco:

— Mãe, pai, estou retornando, mas lhes peço um grande favor. Tenho um amigo que gostaria de trazer comigo.

— Claro! Adoraríamos conhecê-lo!

— Há algo que precisam saber: ele foi terrivelmente ferido na guerra. Pisou em uma mina e perdeu um braço e uma perna. Não tem lugar para ficar e, por isso, quero que venha morar conosco.

— Sinto muito em ouvir isso, filho. Talvez possamos ajudá-lo a encontrar um lugar para morar.

— Não, mamãe e papai, quero que ele venha morar conosco.

— Filho, não sabe o que está pedindo. Alguém, com tanta dificuldade, seria um grande fardo para nós. Temos nossas próprias vidas e não podemos deixar que uma coisa como essa interfira em nosso modo de viver. Deveria voltar para casa e esquecer esse rapaz. Ele encontrará uma maneira de viver por conta própria.

Nesse momento, o filho bateu o telefone. Os pais não ouviram mais nenhuma palavra dele. Alguns dias depois, no entanto, receberam um telefonema da polícia de São Francisco. O filho havia morrido depois de ter caído de um prédio.

A polícia acreditava em suicídio. Seus pais, angustiados, voaram para São Francisco e foram levados para o necrotério a fim de identificar o corpo do filho. Eles o reconheceram, mas, horrorizados, perceberam que o filho só tinha um braço e uma perna.

Os pais, nesta história, são como muitos de nós. Achamos fácil amar aqueles que são bonitos ou divertidos, mas não gostamos das pessoas que nos incomodam ou nos fazem sentir desconfortáveis.

 

 

 

TRAJETÓRIA

 

Atente para a natureza, veja a beleza das flores, sinta os aromas.

Beba um bom vinho, aspire o ar das manhãs.

Cultive amigos, porém não muitos, para que não tenha desilusões. A amizade é aquilo que resta quando tudo acaba.

Cultive o romantismo, extasie seu espírito, transforme-se num eterno sonhador.

Dê o máximo de si e sentirá a felicidade como resultado. O dom de energizar os semelhantes é uma dádiva divina.

Dispa-se da vaidade.

Evite os espalhafatosos e os medíocres.

Mire as estrelas e veja o infinito, a beleza tênue do luar e a fosforescência do Sol.

Não exagere na cobrança da perfeição. Assim como as demais pessoas, também temos defeitos.

Ouça músicas, cante e dance.

Ouse!  Lembre-se de que a história não perdoa medrosos e covardes.

Poupe-se de preocupações demasiadas com o futuro. Não existem decisões seguras que permitam antevê-lo.

Relaxe quinze minutos por dia em completo silêncio. Aja nesse momento como se tivesse conquistado todos os seus ideais.

Renove-se!

Seja moderado e nunca se fanatize por nada neste mundo.

Sorria e pratique o ato mais agradável da conduta humana! Seja alegre e otimista!

Viva intensamente a vida, que é repleta de esplendor. Faça dela um estímulo gerador de saúde.

Tudo está escrito nas estrelas. Precisamos, unicamente, interpretar a mensagem de DEUS.

 

 

TUDO É POSSÍVEL

 

Faça como os passarinhos: comece o dia cantando. A música é alimento para o espírito. Cante uma bela música, mesmo desafinando, mas cante! Cantar dilata os pulmões e abre a alma para tudo de bom que a vida tem a oferecer-lhe.

Encare suas obrigações com satisfação. É maravilhoso quando se gosta do que se faz. Ponha amor em tudo que está ao seu alcance. Desde que se proponha a fazer alguma coisa, mergulhe de cabeça!

Leia coisas positivas, bons livros, poesia. Leia a Bíblia. Ela fará reavivar seus sentimentos mais íntimos, mais puros.

Não deixe escapar as oportunidades que a vida lhe oferece, pois elas não voltam! Nenhuma barreira é intransponível quando se está disposto a lutar contra ela. Se seus propósitos forem positivos, nada poderá detê-lo.

Não permita que seus problemas se acumulem, resolva-os logo. Fale, converse, explique, discuta: o que mata é o silêncio, o rancor. Exteriorize tudo, deixe que as pessoas saibam que as estima, as ama, precisa delas, principalmente em família. AMAR NÃO É VERGONHA. Muito pelo contrário, É LINDO!

Não se deixe abater pelos problemas. Seja alegre e brincalhão. Se estiver bem-humorado, as pessoas ao seu redor também assim ficarão e isso lhe dará mais força.

Pratique algum esporte. O peso dos problemas é muito grande e tem de ser contrabalançado com a prática de atividades saudáveis! Certamente se sentirá bem disposto, mais animado, mais jovem.

Ria da vida, dos problemas, das coisas boas que lhe acontecem, das besteiras que já fez.

Volte-se para as coisas puras, dedique-se à natureza. Cultive seu interior e ele extravasará beleza por todos os poros. Não tente, faça.

VOCÊ PODE!

 

 

MORTE NA EMPRESA.

 

Uma empresa estava em situação muito difícil. As vendas iam mal, os trabalhadores estavam desmotivados, os balanços não saíam do vermelho. Era preciso fazer algo para reverter o caos, mas ninguém queria assumir nada. Pelo contrário, o pessoal apenas reclamava de que as coisas andavam ruins e que não havia perspectivas de progresso na empresa. Eles achavam que alguém deveria tomar a iniciativa de reverter aquele processo.

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram, na portaria, um cartaz enorme, no qual estava escrito: Faleceu, ontem, a pessoa que impedia seu crescimento e o da empresa. Está convidado para o velório na quadra de esportes.

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas, depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava bloqueando o crescimento da empresa. A agitação na quadra de esporte era tão grande que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam aproximando-se do caixão, a excitação aumentava:

— Quem será que estava atrapalhando meu progresso? Ainda bem que esse infeliz morreu!

Um a um, os funcionários, agitados, aproximavam-se do caixão, olhavam o defunto e engoliam um seco. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e saíam cabisbaixos.

Pois bem! Ocorre que, no visor do caixão, havia um espelho.

Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: você mesmo! É muito fácil culpar os outros pelos problemas, mas já parou para pensar se você mesmo poderia ter feito algo para mudar a situação? É o único responsável por sua vida. Ela lhe foi entregue por Deus e terá de prestar contas do que fez com ela no final da sua existência. Aliás, o que está fazendo com sua vida?

 

OS DOIS ANJOS

 

Dois anjos viajantes pararam para passar a noite na casa de uma família rica. A família era inóspita e recusou-se a deixá-los ficar no quarto de hóspedes da mansão. Em vez disso, os mandaram dormir num pequeno e frio espaço do porão. Quando estavam fazendo suas camas no chão duro, o anjo mais velho viu um buraco na parede e consertou-o. O anjo mais novo achou estranho o que viu e perguntou-lhe o porquê daquilo. O anjo mais velho respondeu-lhe:

— As coisas nem sempre são o que parecem ser.

Na noite seguinte, os anjos foram descansar na casa de pessoas muito pobres, mas extremamente hospitaleiras: um fazendeiro e sua esposa. Depois de dividir o pouco de comida que tinham, o fazendeiro e sua mulher acomodaram os anjos na sua cama, onde poderiam ter uma boa noite de descanso.

Quando o sol nasceu na manhã seguinte, os anjos encontraram o fazendeiro e sua esposa em lágrimas. Sua vaca, cujo leite era a única fonte de renda da família, estava morta no campo. O anjo mais novo estava furioso e perguntou ao outro anjo:

— Como pôde deixar isso acontecer? O primeiro homem tinha tudo e você o ajudou. A segunda família tinha pouco, dividia tudo com os necessitados e, no entanto, deixou que a vaca deles morresse.

O anjo mais velho, então, respondeu-lhe:

— As coisas nem sempre são o que parecem ser. Quando ficamos no porão daquela mansão, vi que havia ouro guardado naquele buraco da parede. Sendo o dono totalmente obcecado por dinheiro e incapaz de dividir sua fortuna, tampei o buraco para que ele não achasse o ouro. E, na noite passada, quando estávamos dormindo na cama do fazendeiro, o anjo da morte veio buscar sua esposa, mas lhe dei a vaca no lugar dela. Como vê, as coisas nem sempre são o que parecem ser.

Algumas vezes é isso que acontece quando as coisas não se concretizam do jeito que pensamos. Se tiver fé, só precisa acreditar que tudo o que acontece é em seu favor.

 

OS SEGREDOS DO SUCESSO

 

Cultive amigos.

Dimensione seus problemas e não se deixe abater por eles. Tenha fé, energia e acredite em seu imenso potencial.

Em vez de reclamar quando o relógio despertar, agradeça a Deus pela oportunidade de acordar e viver mais um dia.

Fale de coisas boas, de saúde, de sonhos, de realizações, quando conversar com alguém.

Idealize um modelo de competência e faça sua auto-avaliação para saber o que lhe está faltando para chegar lá.

Jamais viva só para seu trabalho. Tenha outras atividades paralelas, como esportes e leitura, por exemplo.

Não viva emoções mornas e vazias. Cultive seu interior e extraia o máximo das pequenas coisas.

Nunca se lamente. Ajude-se e também colabore para que outras pessoas percebam o que há de bom dentro delas.

O bom humor é contagiante: espalhe-o.

Ocupe seu tempo crescendo e desenvolva sua habilidade e seu talento. Tire proveito de seus erros e amplie seus conhecimentos.

Perdoe sempre! Seja grande para os aborrecimentos, nobre para a raiva e forte para vencer o medo.

Seja transparente e deixe que as pessoas saibam que as estima e precisa delas.

Torne suas obrigações atraentes. Tenha garra e determinação. Mude, opine, ame o que faz. Não trabalhe só por dinheiro e sim pela satisfação da missão cumprida.

Transforme seus momentos difíceis em oportunidade. Seja criativo, busque alternativas e apresente soluções e não problemas.

Veja o lado positivo das coisas e assim  transformará seu otimismo em realidade. Não inveje. Admire! Seja um entusiasta do sucesso alheio como seria do seu próprio.

Finalmente, ria das coisas à sua volta, de seus problemas, de seus erros, ria da vida. Começamos a ser felizes quando somos capazes de rir de nós mesmos.

 

MÓRBIDA INDIFERENÇA

 

Sentados à beira do rio, dois pescadores pacientes silenciosamente esperam que os peixes mordam a isca.

De repente, gritos de crianças quebram o silêncio.

Assustam-se. Olham para frente e para trás. Nada.

Os gritos continuam e vêm de onde menos esperam.

A correnteza trazia duas crianças gritando por socorro. Os pescadores pulam na água. Mal terminam de salvá-las, ouvem mais gritos e notam mais quatro crianças debatendo-se na água.

Dessa vez, apenas duas são resgatadas. Apavorados, os dois ouvem uma gritaria ainda maior. Oito crianças vinham correnteza abaixo.

Um dos pescadores, então, vira as costas para o rio e vai embora. O amigo alerta-o:

— Está louco, não vai me ajudar?

Sem deter o passo, ele responde-lhe:

— Faça o que puder. Vou tentar descobrir quem está jogando as crianças no rio.

Essa antiga lenda indiana retrata como nos sentimos no Brasil. Temos poucos braços para tantos afogados. Mal salvamos um e outros descem rio abaixo, numa corrente incessante de apelos e mãos estendidas.

Somos obrigados a cair n’água e, ao mesmo tempo, sair à procura de quem joga as crianças.

Incrível como alguns homens, nas margens do rio, conseguem conviver com gritos tão desesperados. E até dormir sem sobressaltos. É como se não ouvissem.

Se o pior cego é aquele que não quer ver, o pior surdo é o que não quer escutar. É gente que não conhece o prazer infinito da solidariedade. Desconhece o encanto do estender poucos centímetros de braço e encostar os dedos nas estrelas.

É tão fácil agarrar uma estrela, refletida no brilho dos olhos de quem salvamos por falta de ar!

Por sorte temos pescadores que, dia após dia, mostram como as crianças sobrevivem, apesar de tudo. E como é doloroso o parto precoce de um homem prematuro no corpo de um menino!

 

O ECO

 

Um filho e seu pai caminhavam pela montanha. De repente, o menino cai, machuca-se e grita:

— Ai!

Para sua surpresa, escuta sua voz se repetindo em algum lugar da montanha:

— Ai!

Curioso, o menino pergunta:

— Quem é você?

E recebe como resposta:

— Quem é você?

Contrariado, grita:

— Seu covarde!

E escuta como resposta:

— Seu covarde!

O menino olha para o pai e pergunta-lhe, aflito:

— O que é isso?

O pai sorri e lhe diz:

— Meu filho, preste atenção.

Então o pai grita em direção à montanha:

— Eu admiro você!

A voz responde-lhe:

— Eu admiro você!

De novo, o homem grita:

— Você é um campeão!

A voz responde-lhe:

— Você é um campeão!

O menino fica espantado. Não entende. E seu pai explica-lhe:

— As pessoas chamam isso de ECO, mas, na verdade, é a VIDA.

A vida lhe dá de volta tudo o que  DIZ, tudo o que DESEJA de BOM ou de MAU aos outros. A vida irá devolver-lhe toda a blasfêmia, inveja, incompreensão e falta de honestidade que desejou às pessoas que o cercam. Nossa vida é, simplesmente, o reflexo das nossas ações. Se quiser amor, compreensão, sucesso, harmonia, fidelidade, plante-os no seu coração. Se agir assim, a vida irá lhe dar felicidade, sucesso e o amor das pessoas que o circundam.

Reflita e melhore sua vida enquanto há tempo! Tudo o que somos é o resultado do que pensamos. A mente é tudo.

 

 

A DESPEDIDA

 

Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente, pensaria tudo o que digo.

Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam.

Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos perdemos sessenta segundos de luz.

Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormissem.

Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida, jogar-me-ia de bruços no solo, deixando a descoberto não apenas meu corpo, como também minha alma.

Deus meu, se tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse.

Pintaria com um sonho um quadro de Van Gogh sobre as estrelas, um poema de Mário Benedetti e uma canção de Serrat. Seria a serenata que ofereceria à Lua.

Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo de suas pétalas.

Meu Deus, se tivesse um pedaço de vida, não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas:

— Amo vocês!

Viveria para amar.

A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.

Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.

Tantas coisas aprendi com vocês...!

Aprendi que todo mundo quer viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a escarpa.

Aprendi que um recém-nascido, ao apertar com sua pequena mão, pela primeira vez, os dedos de seu pai, o tem prisioneiro para sempre.

Aprendi que um homem só tem o direito de olhar outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.

São tantas as coisas que aprendi com vocês, mas, ao final, não poderão servir muito porque quando me olharem dentro dessa maleta (laptop), infelizmente estarei morrendo.


 

 

PROCURA-SE

 

Procura-se um homem com trinta e três anos, pele clara, expressão triste, cabelos longos, barba maltratada, marcas sanguinolentas nas mãos e nos pés.

Caminha habitualmente acompanhado de mendigos, vagabundos, doentes, mutilados, cegos e infelizes.

Onde aparece, freqüentemente é visto entre grande séqüito de mulheres, sendo algumas de má vida, com crianças esfarrapadas.

Quase sempre é seguido por doze pescadores e marginais.

Demonstra respeito pelas autoridades, determinando que se dê a César o que é de César, mas espalha ensinamentos contrários à Lei antiga, como o perdão das ofensas e o amor aos inimigos.

Ensina a oração em favor daqueles que nos perseguem ou caluniam; a distribuição indiscriminada de dádivas aos necessitados; o amparo aos enfermos, sejam eles quais forem; e chega ao cúmulo de recomendar que uma pessoa espancada numa face ofereça a outra ao agressor.

Ainda não se sabe se é um mágico, mas testemunhas idôneas afirmam que ele multiplicou cinco pães e dois peixes em alimentação para mais de cinco mil pessoas, tendo sobrado doze cestos. 

Considerado impostor por haver trazido pessoas mortas à vida, foi preso e espancado.

Sentenciado à morte, com absoluta aprovação do próprio povo que o condenou e absolveu Barrabás, malfeitor conhecido, recebeu insultos na cruz pelas costas.

Não se ofendeu, quando questionado pela Justiça, complicando sua situação, porque seus próprios seguidores o abandonaram nas horas difíceis.

Sob afrontas e zombarias, foi crucificado entre dois ladrões. Não teve parentes que lhe demonstrassem solidariedade, a não ser sua mãe, uma frágil mulher que chorava aos pés da cruz.

Depois de morto, não se encontrou lugar para sepultá-lo, senão lodoso recanto de um túmulo, por favor de um amigo.

Após o terceiro dia do sepultamento, desapareceu do sepulcro e foi visto por diversas pessoas que o identificaram pelas chagas sangrentas dos pés e das mãos.

Esse é o homem que está sendo cuidadosamente procurado. Seu nome é JESUS DE NAZARÉ.  Se conseguir encontrá-Lo, deve segui-Lo para sempre.

 

A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO

 

O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os pés no assoalho da casa. Seu pai, que estava indo para o quintal fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo, chama o menino para uma conversa.

Zeca, de oito anos de idade, acompanha-o desconfiado. Antes que seu pai lhe dissesse alguma coisa, fala-lhe irritado:

— Pai, estou com muita raiva. Juca humilhou-me na frente dos meus amigos. Não aceito. Gostaria que ficasse doente, sem poder ir à escola. Desejo-lhe tudo de ruim.

Seu pai, um homem simples, mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho, que continua a reclamar. O pai ouve tudo calado, enquanto caminha até um abrigo, onde guardava um saco cheio de carvão. Leva o saco até o fundo do quintal e o menino acompanha-o, calado. Zeca vê o saco ser aberto e, antes mesmo que pudesse fazer uma pergunta, o pai propõe-lhe algo:

— Filho, faça de conta que aquela camisa branquinha, que está secando no varal, é o seu amiguinho Juca e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, dirigido a ele. Quero que jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois  volto para ver como ficou.

O menino achou que seria uma brincadeira divertida e pôs mãos à obra. O varal, com a camisa, estava longe dele e poucos pedaços acertam o alvo. Uma hora se passa e Zeca termina a tarefa.

O pai, que espiava tudo de longe, aproxima-se do menino e pergunta-lhe:

— Filho, como se sente agora?

— Estou cansado, mas alegre, porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.

O pai olha para o filho, que fica sem entender a razão daquela brincadeira e, carinhoso, diz-lhe:

— Venha comigo até meu quarto, quero mostrar-lhe uma coisa.

Zeca acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho, onde pode ver seu corpo todo. Que susto! Só conseguia enxergar os dentes e os olhos.

O pai, então, fala-lhe ternamente:

— Filho, você viu que a camisa está suja, mas olhe só para você. O mau que desejamos aos outros é como o que lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos.

 

 

O PRESENTE

 

O homem, por detrás do balcão, olhava a rua de forma distraída. Uma garotinha aproximou-se da loja e amassou o narizinho contra o vidro da vitrine.

Os olhos da cor do céu brilharam quando viu determinado objeto. Entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesa azul.

— É para minha irmã. Pode fazer um pacote bem bonito?

O dono da loja olhou desconfiado para a menininha e perguntou-lhe:

— Quanto de dinheiro tem?

Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão e, convicta, disse-lhe:

— Isso dá?

Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa.

— Sabe, quero dar este presente para minha irmã mais velha. Ela cuida de mim e dos meus irmãos. É seu aniversário e tenho certeza de que ficará muito feliz com o colar que é da cor de seus olhos.

O homem foi para o interior da loja, colocou o colar em um lindo estojo, embrulhou-o com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde.

— Tome, disse à garota,  leve-o com cuidado.

Ela saiu alegremente saltitando pela rua abaixo.

Ainda não acabara o dia quando uma linda jovem de cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis entrou na loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e indagou ao proprietário:

— Este colar foi comprado aqui?

— Sim, senhora.

— Quanto custou?

— O preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o cliente.

A moça continuou:

— Mas minha irmã tinha somente algumas moedas! O colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagá-lo!

O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu à jovem.

—  Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar: DEU TUDO O QUE TINHA.

O silêncio encheu a pequena loja e duas lágrimas rolaram pela face emocionada da jovem, enquanto suas mãos pegavam o pequeno embrulho.

 

 

A LENDA DAS TRÊS ÁRVORES

 

Havia, no alto de uma montanha, três árvores que viviam a imaginar o que seriam depois de grandes.

A primeira, olhando as estrelas,  exclamou:

— Quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros.

A segunda, fitando o riacho, suspirou:

— Quero ser um navio grande para transportar reis e rainhas.

A terceira contemplou o vale e murmurou:

— Quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto, que as pessoas, ao olharem para mim, levantarão os olhos e pensarão em Deus.

Muitos anos se passaram e, certo dia, três lenhadores cortaram as árvores que, ansiosas, aguardavam a oportunidade de realizar seus sonhos. Eles não costumavam ouvir ou entender de sonhos. Que pena!

A primeira árvore acabou sendo transformada em um cocho de animais coberto de feno.

A segunda virou um simples barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias.

A terceira foi cortada em grossas vigas e colocada de lado, num depósito.

Desiludidas e tristes, as três perguntaram-se:

— Por que isso?

Entretanto, numa bela noite, cheia de luz e estrelas, uma jovem mulher colocou seu bebê recém-nascido naquele cocho de animais e, de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo.

A segunda árvore estava transportando um homem que acabou por dormir no barco em que se transformara. Quando uma tempestade quase afundou o barco, o homem levantou-se e disse: PAZ! E, num relance, a segunda árvore entendeu que estava transportando o rei do céu e da terra!

Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Logo sentiu-se horrível e cruel.

Mas, no domingo seguinte, o mundo vibrou de alegria e foi então que a terceira árvore percebeu que nela tinha sido crucificado o homem que veio para salvar a humanidade. As pessoas se lembrariam de Deus e de seu Filho ao olharem para ela.

As árvores haviam tido sonhos e desejos. Mas suas realizações foram muito além da imaginação.

Portanto, não importa o tamanho do seu sonho!

ACREDITE NELE!

 

A PERFEIÇÃO

 

Há muito tempo, num reino distante, havia um rei que não acreditava na bondade de Deus. Um súdito, porém, sempre lhe lembrava dessa verdade. Em todas as situações, dizia-lhe:

— Meu rei, não desanime, porque tudo que Deus faz é perfeito. Ele nunca erra!

Um dia, o rei saiu para caçar, juntamente com seu súdito, e uma fera da floresta atacou-o. O súdito conseguiu matar o animal, mas não evitou que sua majestade perdesse o dedo mínimo da mão direita.

O rei, furioso pelo que lhe havia acontecido e sem mostrar agradecimento por ter sua vida salva pelos esforços de seu servo, perguntou-lhe:

— E agora, o que me diz? Deus é bom?! Se o fosse, não teria sido atacado e perdido meu dedo.

O servo respondeu-lhe:

— Meu rei, apesar de todas essas coisas, ainda lhe posso dizer que Deus é bom e que mesmo isso, perder um dedo, é para seu bem! Tudo o que Deus faz é perfeito. Ele nunca erra!

O rei, indignado com a resposta do súdito, mandou que o prendessem na cela mais escura e mais fétida do calabouço.

Após algum tempo, o rei saiu novamente para caçar e aconteceu de ser atacado por uma tribo de índios que vivia na selva. Esses índios eram temidos por todos, pois, sabia-se, faziam sacrifícios humanos para seus deuses.

Mal prenderam o rei, passaram a preparar, cheios de júbilo, o ritual do sacrifício.

Quando já estava tudo pronto, o rei diante do altar, o sacerdote indígena, ao examinar a vítima, comentou furioso:

— Esse homem não pode ser sacrificado, pois é defeituoso, falta-lhe um dedo!

E o rei foi libertado. Ao voltar para o palácio, muito alegre e aliviado, libertou seu súdito e pediu-lhe que viesse à sua presença. Ao ver o servo, abraçou-o afetuosamente, dizendo-lhe:

—  Meu caro, Deus foi bom comigo, realmente! Você já deve estar sabendo que escapei da morte justamente porque não tinha um dos dedos. Mas ainda tenho, em meu coração, uma grande dúvida: Se Deus é tão bom, por que permitiu que fosse preso da maneira como foi? Logo você, que tanto O defendeu?!

O servo sorriu-lhe e disse-lhe:

— Meu rei, se estivesse junto com vossa majestade nessa caçada, certamente seria sacrificado em seu lugar, pois não me falta dedo algum! Portanto, lembre-se sempre: TUDO O QUE DEUS FAZ É PERFEITO. ELE NUNCA ERRA!

 

 

A DONZELA

 

Uma donzela estava sentada à beira do riacho, deixando a água passar por entre seus dedos muito brancos, quando sentiu seu anel de diamante ser levado pelas águas.

Temendo o castigo do pai, contou em casa que fora assaltada por um homem no bosque e que ele arrancara o anel de diamante do seu dedo e a deixara desfalecida sobre um canteiro de margaridas.

O pai e os irmãos da donzela foram atrás do assaltante, encontraram um homem dormindo no bosque e o mataram, mas não encontraram o anel de diamante.

A donzela lhes disse:

— Agora me lembro, não era um homem, mas DOIS!

O pai e os irmãos da donzela saíram atrás do segundo homem, encontraram-no e o mataram, mas ele também não tinha o anel. A donzela lhes disse:

— Então está com o terceiro!

O pai e os irmãos da donzela saíram no encalço do terceiro assaltante e encontraram outro homem dormindo no bosque. Mas não o mataram, pois estavam fartos de sangue. Trouxeram-no para a aldeia, revistaram-no e encontraram no seu bolso o anel de diamante da donzela, para espanto dela.

— Foi ele que assaltou a donzela, arrancou o anel de seu dedo e a deixou desfalecida, gritaram os aldeões. Matem-no!

— Esperem! gritou o homem, no momento em que passavam a corda da forca pelo seu pescoço. Não roubei o anel. Foi ela que mo deu!

E apontou para a donzela, diante do espanto de todos. O homem contou que estava sentado à beira do riacho, pescando, quando a donzela se aproximou dele e pediu um beijo. Deu-lhe o beijo. Depois tirara a roupa e pedira que a possuísse, pois queria saber o que era o amor. Como era um homem honrado, resistira, dizendo-lhe que deveria ter paciência, pois conheceria o amor do marido no seu leito de núpcias. Então a donzela lhe oferecera o anel, dizendo-lhe: “Já que meus encantos não o seduzem, este anel comprará seu amor”. E ele sucumbira, pois era pobre e a necessidade é o algoz da honra.

Todos se viraram contra a donzela e gritaram:

— RAMEIRA! IMPURA! DIABA! e exigiram seu sacrifício.

Por ironia do destino, o próprio pai passou a forca pelo pescoço da filha. Mas, antes de morrer, ela disse ao pescador:

— Sua mentira era maior que a minha. Eles mataram pela minha mentira e vão me matar pela sua. Onde está, afinal, a verdade?

O pescador deu de ombros e disse-lhe:

— A verdade é que achei o anel na barriga de um peixe. Mas quem acreditaria nisso? As pessoas querem violência e sexo, não histórias de pescador!

 

A MESA DO VELHO AVÔ

 

Um frágil e velho homem foi viver com seu filho, a nora e o neto mais velho de quatro anos. Com o tempo, a família percebeu que os atos mais simples do seu dia-a-dia se tornavam extremamente penosos para aquele homem de mãos trêmulas, visão embaralhada e passo hesitante. A família comia junto com ele. Mas as mãos trêmulas do avô ancião e sua visão deficiente tornavam difíceis até mesmo o ato de comer. Ervilhas rolavam da sua colher sobre o chão e não raras eram as vezes em que o avô, sem o domínio das mãos, derramava leite na toalha ou no chão. A bagunça e o trabalho, com o tempo, começaram a irritar o filho e a nora daquele homem.

— Temos que fazer algo com relação a vovô, observou o filho, ele já derramou leite e comida no chão várias vezes.

Assim, decidiram, o marido e a esposa, preparar uma mesa pequena no canto da sala. Lá, o avô iria comer sozinho, enquanto o resto da família desfrutaria do jantar a sós.

Desde que o avô quebrou dois pratos, a comida dele era servida numa tigela de madeira. Quando a família olhava de relance em sua direção, percebia uma lágrima rolar dos seus olhos. Ainda assim, o casal o advertia impiedosamente quando ele derrubava um garfo ou derramava comida no chão.

O neto de quatro anos presenciava tudo em silêncio. Certa noite, antes da ceia, o pai notou que o filho estava brincando no chão com pedaços de madeira. Perguntou-lhe, docemente:

— O que está fazendo, filho?

Da mesma maneira dócil, o menino respondeu-lhe:

— Estou fabricando uma pequena tigela para você e mamãe comerem sua comida quando eu crescer.

O garoto sorriu para o pai e voltou a trabalhar.

As palavras do menino golpearam os pais profundamente e lágrimas começaram a fluir dos seus rostos. Nenhuma palavra foi dita, porque ambos sabiam o que devia ser feito.

Naquela noite, o marido pegou a mão do ancião e, com suavidade, conduziu-o à mesa da família, onde passou a fazer as refeições até o último dos seus dias. E, por alguma razão, nem marido nem esposa pareciam se preocupar mais quando um garfo era derrubado, o leite derramado, ou quando a toalha da mesa se sujava.

As crianças são notavelmente perceptivas. Os olhos delas observam com mais acuidade e suas mentes sempre processam as mensagens que elas absorvem. Se nos vêem pacientemente providenciar uma atmosfera feliz em nossa casa, para nossos familiares, imitarão aquela atitude no decorrer de suas vidas. O pai sábio percebe isso diariamente: que o alicerce está sendo construído para o futuro da criança.

Sejamos sábios construtores de bons exemplos de comportamento de vida em nossas funções.

 

 

O FRIO QUE VEIO DE DENTRO

 

Seis homens ficaram bloqueados numa caverna por uma avalanche de neve. Teriam de esperar até o amanhecer para poder receber socorro. Cada um trazia um  pouco de lenha e havia uma pequena fogueira, ao redor da qual se aqueciam.

Se o fogo apagasse, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou a hora de  cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a  única maneira de sobreviver.

O primeiro homem era racista. Olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então pensou:

— Jamais darei minha lenha para aquecer um negro.

E guardou-a, protegendo-a dos olhares dos demais.

O segundo homem era rico e avarento. Estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu em torno do fogo um homem da montanha, que trazia sua pobreza no aspecto  rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Fez as contas do valor da sua lenha e enquanto sonhava com seu lucro, pensou:

— Dar minha lenha para aquecer um preguiçoso?

O terceiro homem era negro. Seus olhos faiscavam de ira e ressentimento. Não havia nele qualquer sinal de perdão ou mesmo aquela superioridade moral que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático:

— É bem provável que precise desta lenha para me defender. Além disso, jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem.

E guardou sua lenha com cuidado.

O quarto homem era o pobre da montanha. Conhecia mais que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Pensou:

— Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha  lenha.

O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador e  olhava fixamente para as brasas. Nem lhe passou pela cabeça oferecer pelo menos parte da lenha que carregava. Estava preocupado demais com suas próprias visões para pensar em ser útil.

O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido:

— Esta lenha é minha. Custou meu trabalho. Não a darei a ninguém, nem mesmo o menor dos gravetos.

Com esses pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.

Ao alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna, encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha.

Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro observou:

O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro.

 

 

AMOR DE PAI

 

Havia um homem riquíssimo, que possuía muitos bens, uma grande fazenda, muito gado e vários empregados. Tinha um único filho, que, ao contrário dele, não gostava de trabalho nem de compromissos. Do que mais apreciava era de festas, estar com seus amigos e de ser bajulado por eles.

Seu pai sempre o advertia de que seus amigos só estavam ao seu lado enquanto tivesse o que lhes oferecer, depois o abandonariam. Os insistentes conselhos do pai ecoavam-lhe nos ouvidos e logo se ausentava sem lhe dar a mínima atenção.

Um dia o velho pai, já avançado na idade, disse aos seus empregados que construíssem um pequeno celeiro. Dentro do celeiro, ele mesmo fez uma forca e, junto dela, uma placa com os dizeres:

Para você nunca mais desprezar as palavras de seu pai.

Mais tarde chamou o filho, levou-o até o celeiro e disse-lhe:

— Meu filho, já estou velho e, quando partir, tomará conta de tudo o que é meu e sei qual será seu futuro. Vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados e irá gastar todo o dinheiro com seus amigos. Vai  vender os animais e os bens para se sustentar e, quando não tiver mais dinheiro, não terá mais amigos. Nessa hora, vai-se arrepender, amargamente, de não me ter  dado ouvidos. E foi por isso, meu filho, que construí esta forca para você. Se acontecer tudo o que lhe disse, quero que me prometa uma coisa: enforcar-se-á nela.

O jovem riu, achou aquilo um absurdo, mas, para não contrariar o pai, fez-lhe a promessa, pensando que aquilo jamais aconteceria. O tempo passou, o pai morreu e o filho tomou conta de tudo, mas, assim como o pai havia previsto, o jovem gastou toda a herança, vendeu os bens, perdeu os amigos e a própria dignidade. Desesperado e aflito, começou a refletir sobre sua vida e viu que havia sido um tolo. Lembrou-se do pai e começou a chorar, pensando:

— Ah, meu pai, se  tivesse ouvido seus conselhos, mas agora  é tarde demais.

Pesaroso, levantou os olhos e longe avistou o pequeno celeiro. Era a única coisa que lhe restava. A passos lentos dirigiu-se até lá e, vendo a forca e a placa empoeiradas, meditou:

— Nunca segui as palavras do meu pai, não pude alegrá-lo quando estava vivo, mas, pelo menos esta vez, vou fazer a vontade dele, cumprindo minha promessa, porque não me resta mais nada.

Então, subiu nos degraus, colocou a corda no pescoço e pensou:

— Ah! Se tivesse nova chance!

E pulou.  Sentiu, por um instante, a corda apertar sua garganta, mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente. O rapaz caiu no chão e sobre ele caíram jóias, esmeraldas, pérolas, diamantes. A forca estava cheia de pedras preciosas. Um bilhete dizia-lhe: 

Essa é sua nova chance. Eu o amo muito. SEU PAI!

 

A LOJA DE DISCOS

 

Era uma vez um garoto que nasceu com uma doença que não tinha cura. Tinha 17 anos e podia morrer a qualquer momento. Sempre viveu na casa dos pais, sob o cuidado constante da mãe.

Um dia, decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou por uma quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam. Ao se deparar com uma loja de discos, notou a presença de uma garota mais ou menos da sua idade, muito terna e bela. Foi amor à primeira vista.

Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada. Aproximando-se, timidamente, chegou ao balcão onde a adolescente estava. Quando ela o viu, deu-lhe um sorriso e perguntou-lhe se podia ajudá-lo em alguma coisa. Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção foi tão forte que mal conseguiu dizer que queria comprar um CD. Pegou o primeiro que encontrou, sem olhar qual era, e disse-lhe, maravilhado:

— Esse aqui.

— Quer que o embrulhe para presente?

— Sim.

Ela saiu do balcão e voltou, pouco depois, com o CD muito bem embalado. Ele pegou o pacote e saiu, louco de vontade de ficar ali, admirando aquela figura divina.

Daquele dia em diante, todos as tardes voltava à loja de discos e comprava um CD qualquer. Todas as vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem-feito, que ele guardava no closet, sem abri-lo.

Estava apaixonado, mas tinha medo da reação dela. Por mais que sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem de convidá-la para sair e conversar. Comentou sobre isso com sua mãe e ela o incentivou muito a chamá-la para sair.

Um dia, encheu-se de coragem e foi à loja novamente. Como todos os dias, comprou outro CD e, como sempre, sua amada foi embrulhá-lo. Quando ela não estava vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo.

No dia seguinte, o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu. Era a garota perguntando por ele.

A mãe, desconsolada, nem perguntou quem era, começou a chorar e disse-lhe:

Então, não sabe? Faleceu esta manhã.

Mais tarde, a mãe entrou no quarto do filho para olhar suas roupas e ficou muito surpresa com a quantidade de discos, todos embrulhados. Ficou curiosa e decidiu abrir um deles. Ao fazê-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito:

— Você é muito simpático. Não quer me convidar para sair? Adoraria.

Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que dizia a mesma coisa e assim todos quantos ela abriu traziam uma mensagem de carinho e a esperança de conhecer aquele rapaz.

Assim é a vida: não espere demais para dizer a alguém especial aquilo que  sente. Diga-o já. Amanhã pode ser muito tarde.

 

 

A VIDA E A BÍBLIA

 

Aprendam com a experiência de outras pessoas.

— Todas essas coisas sucederam a eles, como exemplos, como lições objetivas para nós, a fim de advertir-nos contra a prática das mesmas coisas. (I Coríntios 10:11).

Com demasiada freqüência, amamos as coisas e usamos as pessoas, quando deveríamos usar as coisas e amar as pessoas.

— Amem-se uns aos outros com afeição fraternal e tenham prazer em honrar uns aos outros. (Romanos 12:10).

Existem ocasiões em que o silêncio vale ouro; em outras, não passa de covardia.

— Há tempo para todas as coisas. Tempo para manter silêncio e tempo para falar. (Eclesiastes 3:1,7).

Nem mesmo um mosquito recebe um tapinha nas costas sem começar a trabalhar.

— Trabalhe arduamente para que Deus possa dizer-lhe: Muito bem. Seja um bom obreiro, que não se envergonha quando Deus examina seu trabalho. (II Timóteo 2:15).

Nenhuma decisão que tomar será mais importante que aquela que se refere à pessoa com quem se casar.

— Portanto, deixará o homem seu pai e sua mãe e apegar-se-á à sua mulher; e serão ambos uma só carne. (Gênesis 2:24).

Nenhum cavalo leva a parte alguma, até que seja arreado. Nenhuma vida pode progredir, até que tenha uma meta, seja aplicada e disciplinada.

— Numa corrida todos correm, porém só uma pessoa consegue o primeiro prêmio. Para vencer a competição precisa renunciar a muitas coisas que o impediriam de fazer o melhor que pode. (I Coríntios 9: 24-25).

Nunca fui prejudicado por alguma coisa que não disse.

— Quem fala demais sempre diz o que não deve; o homem sábio e ajuizado consegue controlar suas palavras. (Provérbios 10:19).

O homem dissipará sua saúde para ficar rico; então, dará tudo o que ganhou para ter a saúde de volta.

— Que vantagem terá alguém se ganhar o mundo inteiro e perder sua vida? (Mateus 16:26).

O preço do sucesso é o trabalho duro, a dedicação ao trabalho que temos pela frente e a determinação para que, quer ganhemos, quer percamos, tenhamos aplicado o melhor de nós mesmos na tarefa proposta.

— Trabalhem arduamente e de bom ânimo em tudo quanto fizerem, tal como se estivessem trabalhando para o Senhor e não simplesmente para seus senhores. (Colossenses 3:23).

Pessoas, lugares e coisas jamais foram criadas com o propósito de nos dar vida. Somente Deus é o autor de uma vida plena.

— Vim para que tenham vida e a tenham em abundância. (João 10:10).

Quando nasceu, chorou e o mundo se alegrou. Viva de maneira tal que, quando morrer, o mundo chore e você se alegre.

— Todos lembram com alegria um homem bom. (Provérbios 10:7).

 

 

AMIGOS

 

Amigos não nascem em árvores, nem aparecem num passe de mágica. Boas amizades crescem ao longo do tempo e são resultado do investimento que fazemos em nossos relacionamentos pessoais. Existem alguns princípios básicos que podem ajudar-nos a desenvolver boas amizades.

SEJA AMIGO.

Quem deseja ter amigos precisa mostrar-se como tal. Não espere que os outros tomem a iniciativa. Mostre-se amigo das outras pessoas desde o princípio. Para experimentar uma boa amizade é necessário arriscar-se oferecendo sua amizade ao próximo. Ainda que seja tímido, peça a Deus para dar-lhe disposição, direcionando-lhe para aqueles que precisam de amigos.

IDENTIFIQUE SEUS CONHECIDOS, COLEGAS E AMIGOS.

CONHECIDOS são aqueles que convivem conosco, estudam na mesma sala, comem na mesma cantina, trabalham na mesma empresa, moram na mesma rua. Nossa conversa com eles nunca vai além de informações do tipo: “Oi! Quanto foi o jogo ontem?”

COLEGAS são aqueles que nos conhecem um pouco mais. Nosso relacionamento com eles é estritamente profissional. São amigos em potencial. Eles convivem um pouco mais conosco, sabem onde moramos, mas não conhecem nossos sonhos, dúvidas e aflições. Nenhum dos dois sente que gostaria, pelo menos no momento, de investir em um relacionamento mais profundo.

AMIGOS estão conosco na escola e na vida. Existe uma certa cumplicidade nos sonhos e nas aspirações. Partilhamos com eles o que somos e sentimo-nos aceitos por isso e apesar disso!

ACEITE QUE É IMPOSSÍVEL SER AMIGO DE TODOS.

Estudiosos do comportamento humano descobriram que não temos tempo nem estrutura emocional para desenvolver, simultaneamente, muitos relacionamentos significativos em nossas vidas. Desenvolver amizades sinceras e profundas exige tempo e exposição gradativa do nosso interior.

PROCURE TER MAIS DE UM AMIGO.

A amizade saudável não é possessiva. Você não possui seu amigo e nem ele a você. Ter apenas um amigo é limitar muito sua percepção de vida. Formar um grupo de amigos que jogam bola e fazem passeios juntos é muito saudável e pode ser a cura para amizades possessivas.

APROFUNDE A AMIZADE AOS POUCOS.

Ao fazer novos amigos estará se tornando vulnerável à rejeição. Não abra todo o seu coração logo no começo. Agindo assim dará oportunidade ao seu novo amigo de estudar e ver se ainda deseja continuar aprofundando o relacionamento. Estará também conhecendo melhor a pessoa e descobrindo se ela é confiável. Essa atitude permitirá que possa desistir de investir numa amizade sem sentir que o outro já sabe demais de você!

EVITE JULGAR PELAS APARÊNCIAS.

Lembre-se de que o homem vê o que está diante dos olhos, porém Deus vê o coração das pessoas. Procure observar as criaturas como Deus as vê e será surpreendido. Não importa status social, beleza, popularidade, etc. Quem procura um amigo deve começar valorizando o interior.

 

 

MESTRE DA SABEDORIA

 

Um mestre da sabedoria passeava por uma floresta com seu fiel discípulo, quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre e resolveu visitá-lo. Durante o percurso, falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos com as pessoas que mal conhecemos.

Chegando ao sítio, constatou a pobreza do lugar, com uma casa de madeira e sem calçamento. Os moradores, um casal e três filhos, estavam vestidos com roupas rasgadas e sujas! Aproximou-se do senhor, aparentemente o pai daquela família, e perguntou-lhe:

— Nesse lugar não há sinais de pontos de comércio e de trabalho. Como sobrevive aqui com sua família?

E o senhor calmamente respondeu-lhe:

— Temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros alimentícios e com o restante produzimos queijo e coalhada para nosso consumo e assim vamos sobrevivendo.

O sábio agradeceu-lhe pela informação, contemplou o lugar por uns momentos, depois se despediu e foi embora. No meio do caminho, ordenou ao seu fiel discípulo:

— Pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali na frente, empurre-a e jogue-a lá em baixo.

O jovem arregalou os olhos espantado e questionou o mestre sobre o fato de a vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família, mas como percebeu o silêncio absoluto do seu mestre, foi cumprir a ordem.

Assim, empurrou a vaquinha morro abaixo e a viu morrer. Aquela cena ficou marcada na memória do jovem durante alguns anos.

Um belo dia, resolveu largar tudo o que havia aprendido e voltar àquele mesmo lugar e contar tudo à pobre família, pedir-lhe perdão e ajudá-los.

Quando se aproximava do local, avistou um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou triste e desesperado, imaginando que aquela humilde família tivera que vender a propriedade para sobreviver. Apertou o passo e chegando lá foi recebido por um caseiro muito simpático.

Perguntou-lhe sobre a família que ali morava há uns quatro anos e o caseiro respondeu-lhe:

— Continuam morando aqui.

Espantado, entrou correndo na casa e viu que era mesmo a família que visitara antes com o mestre. Elogiou o local e perguntou ao senhor (o dono da vaquinha):

— Como melhorou o sítio e está tão bem de vida?!

E o senhor, entusiasmado, disse-lhe:

— Tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daí em diante tivemos que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos. Assim alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram agora!

PONTO DE REFLEXÃO: Todos temos uma vaquinha que nos dá alguma coisa básica para a sobrevivência e uma convivência com a rotina. Descubra qual é a sua. Aproveite a entrada do novo milênio para empurrar sua vaquinha morro abaixo.

 

 

O ANJO

 

Descalça e suja, a pequena garota ficava horas sentada no parque olhando as pessoas passarem. Nunca dizia uma única palavra. Os transeuntes passavam por ela, mas nenhum, sequer, era capaz de lançar-lhe um simples olhar, ninguém parava, inclusive eu.

Um dia decidi voltar ao parque curiosa para ver se a garotinha ainda estava lá. Exatamente no mesmo lugar onde a vi no dia anterior, lá estava ela empoleirada no alto do banco com o olhar mais triste do mundo. Decidi que hoje não poderia, simplesmente, passar ao largo, preocupada somente com meus afazeres. Ao contrário, me vi caminhando ao encontro dela.

Pelo que sabemos, um parque cheio de pessoas estranhas não é um lugar adequado para as crianças brincarem sozinhas. Quando comecei a me aproximar dela, pude ver que as costas do seu vestido indicavam uma deformidade. Concluí, então, que aquela devia ser a razão pela qual as pessoas passavam e não faziam esforço algum em se importar com ela. Quando cheguei mais perto a jovenzinha lentamente baixou os olhos para evitar meu intenso olhar. Foi quando pude ver o contorno de suas costas mais claramente. Era grotescamente corcunda! Sorri-lhe para mostrar-lhe que tudo estava bem e que queria ajudá-la e conversar com ela. Sentei-me ao seu lado e disse-lhe:

— Olá!

A garota reagiu chocada e balbuciou-me um “oi”, após fixar-se demoradamente nos meus olhos. Sorri para ela que, timidamente, sorriu-me de volta. Conversamos até o anoitecer, quando o parque já estava completamente vazio. Todos tinham ido embora e estávamos  sós. Perguntei-lhe por que estava tão triste. Olhou-me fixamente e disse-me:

— Porque sou diferente!

Imediatamente, retruquei-lhe, sorrindo-lhe:

— Sim, você o é.

A menininha ficou ainda mais triste e confirmou-me:

— Eu sei.

— Você me lembra um anjo, doce e inocente.

Olhou-me de forma graciosa, sorriu-me lentamente, levantou-se e perguntou-me:

— De verdade?

— Sim, querida, você é um pequeno anjo da guarda mandado para proteger todas as pessoas que passam por aqui.

Ela acenou-me com a cabeça e disse-me, sorrindo-me:

— Sim!

Logo em seguida abriu suas asas e, piscando os olhos, falou-me:

— Sou seu anjo da guarda.

Fiquei sem palavras e certa de que estava tendo visões. Ela finalizou:

— Quando deixou de pensar unicamente em você, meu trabalho aqui já tinha sido realizado.

Imediatamente levantei-me e disse-lhe:

— Espere. Por que, então, ninguém mais parou para ajudar um anjo?

Olhou-me com candura e sorriu-me:

— Você foi a única capaz de me ver!

E desapareceu...

Com isso, minha vida mudou para melhor, é claro!

Quando pensar que está completamente só, lembre-se do anjo que está sempre tomando conta de você. O meu estava!

 

 

DECLARAÇÃO DE BENS

 

O pai moderno, muitas vezes perplexo e angustiado, passa a vida inteira correndo como um louco em busca do futuro e se esquecendo do agora. Nessa luta, renuncia ao presente. Com prazer e orgulho, a cada ano preenche sua declaração de bens para o imposto de renda. Cada nova linha acrescida foi produto de muito trabalho. Lotes, casas, apartamentos, sítios, casa de praia, automóvel do ano — tudo isso custou dias, semanas, meses de luta.

Mas ele está sedimentando o futuro de sua família. Se partir de repente, já cumpriu sua missão e não vai deixá-la desamparada.

Para incluir cada vez mais itens na sua relação de bens, não se contenta com um emprego só — é preciso ter dois ou três, vender parte das férias, levar serviço para casa. É um tal de viajar, almoçar fora, fazer reuniões, preencher a agenda — afinal, um executivo dinâmico não pode fraquejar.

Esse homem se esquece de que sua verdadeira declaração de bens, o valor que efetivamente conta, está em outra página do formulário do imposto de renda — naquelas modestas linhas, quase escondidas, onde se lê: relação de dependentes. São os filhos que colocou no mundo, a quem deve dedicar o melhor do seu tempo.

Os filhos, novos demais, não estão interessados em propriedades e no aumento da renda. Eles só querem um pai para conviver, dialogar, brincar.

Os anos passam, os meninos crescem e o pai nem percebe, porque se entregou de tal forma à construção do futuro, que não participou de suas pequenas alegrias. Não os levou nem os buscou no colégio, nunca foi a uma festa infantil com eles, não teve tempo para assistir à coroação de sua filha como rainha da primavera.

Um executivo não deve desviar sua atenção para essas bobagens. São coisas para desocupados.

Há os filhos órfãos de pais vivos, porque estão entregues — o pai, para um lado, a mãe para o outro e a família desintegrada. Sem amor, sem diálogo, sem convivência. É essa relação íntima  que solidifica a fraternidade entre irmãos, abre caminho no coração, elimina problemas e resolve as coisas na base do entendimento.

Há irmãos crescendo como verdadeiros estranhos, que só se encontram de passagem em casa. E, para ver os pais, é quase preciso marcar hora.

Depois de uma dramática experiência pessoal e familiar vivida, a mensagem que tenho para dar é: não há tempo melhor aplicado do que aquele destinado aos filhos.

Dos dezoito anos de casado, passei quinze absorvido por muitas tarefas, envolvido em múltiplas ocupações e totalmente devotado a um objetivo único e prioritário: construir o futuro para três filhos e mulher. Isso me custou longos afastamentos de casa. Viagens, estágios, cursos, plantões no jornal, madrugadas no estúdio de televisão. Uma vida sempre agitada, tormentosa e apaixonante, na dedicação à profissão que foi, na verdade, mais importante do que minha família.

Agora estou aqui com o resultado de tanto esforço. Construí o futuro, penosamente, mas não sei o que fazer com ele, depois da perda de Marcelo e Renata. De que vale tudo o que juntei, se esses filhos não estão mais aqui, para aproveitar isso com a gente? Se o resultado de trinta anos de trabalho fosse consumido agora por um incêndio e, desses bens todos, não restasse nada mais do que cinzas, isso não teria a menor importância. Não ia provocar o menor abalo em nossa vida, porque a escala de valores mudou e o dinheiro passou a ter peso mínimo e relativo em tudo.

Se o dinheiro não foi capaz de comprar a cura do meu filho amado, que se drogou e morreu, não foi suficiente para evitar a fuga de minha filha, que saiu de casa e prostituiu-se e dela não tenho mais notícias, para que serve? Para ser escravo dele?

Trocaria explodindo de felicidade todas as linhas da declaração de bens por duas únicas que tive de retirar da relação de dependentes: os nomes de Marcelo e Renata. E como doeu retirar essas linhas na declaração de 1986, ano base de 1985!

Marcelo morreu aos quatorze anos e Renata fugiu um mês antes de completar quinze.

 

 

O AMIGO

 

Um dia, quando era calouro na escola, vi um garoto de minha sala caminhando para casa depois da aula. Seu nome era Marcelo. Parecia que estava carregando todos os seus livros. Pensei: por que alguém leva para casa todos os livros numa sexta-feira? Deve ser CDF.

Já estava com meu final de semana planejado. Festa e um jogo de futebol com os amigos sábado de tarde. Então dei de ombros e segui meu caminho.

Quando ia caminhando, vi um grupo de garotos correndo na direção de Marcelo. Eles o atropelaram, arrancando todos os livros de seus braços, empurrando-o de tal forma que caiu no chão. Seus óculos voaram e os vi aterrissarem na grama alguns metros de onde estava.

Ergueu o rosto, e vi a terrível tristeza em seus olhos. Meu coração penalizou-se dele. Corri em sua direção, enquanto ele engatinhava, procurando seus óculos. Pude ver uma lágrima em seu olho. Enquanto lhe entregava os óculos, disse-lhe:

— Aqueles caras são uns babacas. Deviam procurar o que fazer!

Olhou-me e disse-me:

— Obrigado!

Havia um grande sorriso em sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão.

Ajudei-o a apanhar os livros e perguntei-lhe onde morava. Por coincidência, residia perto da minha casa. Perguntei-lhe por que nunca o havia visto antes. Respondeu-me que anteriormente freqüentava uma escola particular.

Conversamos durante o caminho de volta para casa e carreguei seus livros. Revelou-se um garoto muito legal. Perguntei-lhe se queria jogar futebol no sábado comigo e meus amigos. Disse-me que sim.

Ficamos juntos no final de semana e, quanto mais conhecia Marcelo, mais gostava dele. Meus amigos pensavam da mesma forma.

Chegou segunda-feira, e lá estava ele com aquela quantidade imensa de livros outra vez. Abordei-o e disse-lhe:

— Vai ficar musculoso carregando uma pilha de livros assim todos os dias!

Simplesmente riu e me entregou metade dos livros.

Pelos próximos quatro anos tornamo-nos grandes amigos. Quando estávamos perto de nos formar, começamos a pensar na faculdade. Marcelo decidiu ir para a USP e eu iria para a PUC. Sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria um problema. Ele seria médico e eu iria tentar uma bolsa escolar no time de futebol.

Marcelo era o orador oficial de nossa turma. Eu o provocava o tempo todo sobre ser CDF. Teve de preparar um discurso de formatura. Estava muito contente em não ser eu quem deveria subir no palanque e discursar.

No dia da formatura, Marcelo parecia ótimo. Era um daqueles caras que realmente se encontraram durante a escola. Estava mais encorpado e tinha boa aparência, mesmo usando óculos. Saía com mais garotas do que eu, e  todas as meninas o adoravam! Às vezes até ficava com inveja dele.

Hoje, era um daqueles dias. Podia ver o quanto estava nervoso sobre o discurso. Dei um tapinha em suas costas e disse-lhe:

— Ei, garotão, vai se sair bem!

Olhou-me com aquele olhar de gratidão e sorriu para mim.

— Valeu, disse-me.

Quando subiu ao oratório, limpou a garganta e começou o discurso:

— A formatura é uma época adequada para agradecermos àqueles que nos ajudaram durante estes anos duros. Nossos pais, irmãos, professores, talvez até um treinador, mas principalmente aos nossos amigos. Estou aqui para lhes dizer que ser um amigo para alguém é o melhor presente que a gente pode se dar. Vou contar-lhes uma história.

Olhei para meu amigo sem conseguir acreditar enquanto ele contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos. Havia planejado se matar naquele final de semana. Contou a todos como havia esvaziado seu armário na escola, para que sua mãe não tivesse que fazer isso depois que morresse. Estava levando todas as suas coisas para casa. Olhou-me diretamente nos olhos e me deu um  pequeno sorriso.

— Felizmente, fui salvo. Meu amigo me salvou de fazer algo inominável.

Observava o nó na garganta em todos na platéia enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu momento de fraqueza. Vi seus pais olhando para mim e sorrindo-me com aquela mesma gratidão. Até aquele momento jamais me havia dado conta da profundidade do sorriso que ele me deu naquele dia.

Nunca subestime o poder de suas ações. Com um pequeno gesto pode mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior. Deus nos coloca todos nas vidas uns dos outros para que tenhamos um impacto sobre o semelhante de alguma forma. Procure o bem no ser humano. 

 

TRÊS CONSELHOS

 

Um casal de jovens recém-casados era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior. Um dia, o marido fez a seguinte proposta à esposa:

— Querida, vou sair de casa e viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até que tenha condições de voltar e dar-lhe uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo ficarei distante de casa. Só lhe peço uma coisa: Espere-me! Enquanto estiver fora, seja-me fiel, que o serei a você.

Assim sendo, o jovem partiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua fazenda. Ofereceu-se para trabalhar e foi aceito, mas não sem antes propor o seguinte pacto ao seu empregador:

— Patrão, peço-lhe só uma coisa: Deixe-me trabalhar pelo tempo que quiser e, quando achar que devo ir embora, dispensa-me das minhas obrigações. Não quero receber meu salário. Só lhe peço que o coloque na poupança até o dia em que for embora. Quando sair, recebo meu dinheiro e sigo meu caminho.

Tudo combinado, o jovem trabalhou por vinte anos, sem férias nem descanso. Após esse tempo, chegou para o patrão e cobrou-lhe o contrato feito há vinte anos:

— Quero meu dinheiro, pois estou voltando para minha casa.

O patrão, então, disse-lhe:

— Tudo bem, fizemos um acordo e vou cumpri-lo, só que, antes, quero fazer-lhe uma proposta: pode escolher entre receber todo o seu dinheiro ou aceitar três conselhos meus e ir embora. Vá para seu quarto, pense durante a noite e depois me responda.

O rapaz pensou durante dois dias. Procurou o patrão e disse-lhe:

— Quero os três conselhos.

O patrão, então, falou-lhe:

— Primeiro: Nunca tome atalhos em sua vida. Caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar sua vida.

— Segundo: Não seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade poderá ser-lhe mortal.

— Terceiro: Jamais tome decisões em momentos de ódio e de dor. Poderá arrepender-se e ser tarde demais.

Após dar-lhe os três conselhos, o patrão disse-lhe:

— Rapaz, aqui tem três pães, dois para comer durante a viagem e o terceiro para comer com sua esposa, quando chegar a casa.

Assim, o rapaz partiu, deixando a fazenda, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que tanto amava. Andou durante o primeiro dia e encontrou um viajante, que lhe perguntou:

— Para onde vai?

Respondeu-lhe:

— Para um lugar muito distante, que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada.

O viajante aconselhou-o:

— Este caminho é muito longo, conheço um atalho que vai encurtar bastante sua viagem.

O rapaz ficou contente e começou a seguir pelo atalho, quando se lembrou do primeiro conselho do seu patrão. Então, voltou e seguiu seu caminho. Dias depois, soube que aquilo era uma emboscada.

Após alguns dias de viagem, achou uma pensão na beira da estrada, onde se hospedou. De madrugada, acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se, rapidamente, sem saber de onde vinham os gritos e do que se tratava. Recordou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu.

Ao amanhecer, o dono da hospedagem perguntou-lhe se não havia ouvido um grito e ele disse-lhe que sim.

O hospedeiro questionou-lhe:

— Não ficou curioso?

— Não!

O hospedeiro falou-lhe:

— É o único que vai sair vivo daqui, pois sou louco e grito durante a noite. Quando o hóspede sai, eu o mato.

E mostrou-lhe vários cadáveres.

O rapaz seguiu sua longa caminhada, ansioso por chegar a sua casa.

Depois de muitos dias e muitas noites de caminhada, já ao entardecer, viu, entre as árvores, a fumaça saindo da chaminé de sua casinha. Andou um pouco mais e logo notou, entre os arbustos, a silhueta da sua esposa. O dia estava escurecendo, mas viu que sua mulher não estava só. Andou mais um pouco e percebeu que havia um homem entre suas pernas, a quem estava acariciando os cabelos.

Ao presenciar aquela cena, seu coração derreteu-se de ódio e amargura e decidiu ir ao encontro dos dois para matá-los sem piedade. Respirou fundo e apressou os passos. Lembrou-se, então, do terceiro conselho. Parou, refletiu e resolveu dormir aquela noite ali mesmo.

No dia seguinte, tomaria uma decisão. Ao amanhecer, já com a cabeça fria, pensou:

— Não vou matar minha esposa e nem seu amante. Voltarei para meu patrão e lhe pedirei que me aceite de volta. Antes, quero dizer à minha mulher que fui fiel a ela.

Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando sua esposa apareceu, reconheceu o marido, atirou-se no seu pescoço e abraçou-o afetuosamente. Tentou afastá-la, mas não conseguiu. Com lágrimas nos olhos, disse-lhe:

— Fui-lhe fiel e você me traiu!

Ela, espantada, respondeu-lhe:

— Como?! Não o traí, muito pelo contrário. Esperei-o durante esses vinte anos!

Ele perguntou-lhe:

— E aquele homem a quem estava acariciando?

Ela disse-lhe:

— É nosso filho! Quando foi embora, descobri que estava grávida e, hoje, ele está com vinte anos de idade.

Então ele entrou, conheceu seu filho, abraçou-o e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava-lhes o café. Sentaram-se para tomá-lo e comeram o último pão. Após a oração de agradecimento e lágrimas de emoção, ele abriu o pão. Ao parti-lo, ali estava todo o seu dinheiro!

 

 

DUAS VIDAS

 

Será que a opinião pública está tão interessada na visão que Narcisa Tamborindeguy ou Adriane Galisteu têm da vida? A julgar pelo espaço que a mídia dedica a esse tipo de formador (?) de opinião, o Brasil virou um imenso castelo de caras.

Adriane Galisteu, após seu casamento relâmpago, falou às páginas amarelas de Veja e deu aula magna de insensibilidade, egoísmo e sinceridade! Estranha mistura, mas a moça tem razão quando se diz sincera. Ela não engana, revela-se de corpo e alma e o retrato que aparece é assustador!

Adriane teve uma infância atribulada, perdeu o pai aos quinze anos, ainda pobre, e um irmão com AIDS quando já não era tão pobre. Não tinha um tostão para comprar um pastel sequer.

— Meu irmão estava doente. Minha mãe ganhava 190 reais do INSS, meu pai já havia morrido. Sustentava todo mundo e não tinha poupança alguma.

Peço licença a Adriane, mas vou falar de outra infância triste de mulher, a de Rosa Célia Barbosa.

Seu admirável perfil surgiu em reportagem recente da Vejinha sobre os melhores médicos do Rio. Alagoana, pequena, 1,50 m, começou sua odisséia aos sete anos, largada num orfanato em Botafogo, RJ. Rosa chorou durante meses.

— Toda mulher que aparecia no orfanato achava que era minha mãe que vinha me buscar. Depois de certo tempo, desisti.

Voltemos a Adriane. Ela é rica,  bem-sucedida e resolveu nunca mais passar fome. Até aí, tudo bem. Mas é desconcertante ver como o sofrimento pode levar à total insensibilidade.

Pergunta a repórter a Adriane se ela faria algo para o bem do outro:

— Para o bem do outro? Não, só faço pelo meu bem. Essa coisa de dar sem cobrar, sem ser solicitada, não existe. Depois, você acaba jogando isso na cara do outro.

— Nunca cede, então?

— Cedo, é claro! Já cedi em coisas que não afetam minha vida. Ele gosta de dormir em lençol de linho e eu em lençol de seda. Aí, dá para ceder!

Rosa Célia fez vestibular de medicina, morava de favor num quartinho e trabalhava para manter-se. Formou-se e resolveu dedicar-se à cardiologia neonatal e infantil, quando trabalhava no Hospital da Lagoa. Sem saber inglês, decidiu que iria estudar no National Heart Hospital, em Londres, com Jane Sommerville, a maior especialista mundial na área.

Estudou inglês e conseguiu uma bolsa e uma carta de recomendação da Dra. Sommerville. Em Londres, era ridicularizada pelos colegas ingleses por causa de seu inglês mal falado.

Ganhou o respeito geral quando acertou um diagnóstico dificílimo, após examinar uma escocesa por oito horas seguidas.

— Falava um inglês ainda pior que o meu — lembra, divertida.

Adriane está rica, mas não confia em ninguém, apenas na mãe. Nem nos amigos. Vejam:

— Não posso sair confiando nas pessoas. Não tenho motorista, nem segurança, por isso mesmo. É mais gente para trair-me! Confio mais nos bichos do que nos seres humanos. Ainda existem pessoas que acham que tenho amnésia. Muitas das que convivem comigo, hoje, já me viraram a cara quando eu estava por baixo. Mas pensa que  as trato mal? Trato-as com a maior naturalidade. Porque podem até me usar, mas vou usá-las também. É uma troca.

De Londres, Rosa Célia ia direto para Houston, nos Estados Unidos. Fora escolhida para a Meca da cardiologia mundial. Futuro brilhante aguardava-a.

Uma gravidez inesperada, no entanto, mudou seus planos. Pediu 24 horas para pensar e optou pelo filho, voltando ao Rio. Reassumiu seu cargo no Hospital da Lagoa e abriu um consultório, mas todos os anos viaja para estudar.

Passa pelo menos um mês no Children’s Hospital, em Boston, trabalhando 12 horas por dia.

— Você gosta de dinheiro (Adriane)?

— Adoro dinheiro e detesto hipocrisia. Gasto, gosto de gastar e de não fazer conta e de viajar de primeira classe. Tem gente que fala: “Esse dinheiro que ganhei vou doá-lo.” O meu, não dôo não, a não ser para minha conta. Adoro fazer o bem, mas também tenho minhas prioridades: minha casa e minha família. Primeiro ajudo quem está mais próximo. Mas faço minhas campanhas beneficentes.

Rosa chefia um centro sofisticadíssimo, a cardiologia pediátrica do Pró-Cardíaco. Lá são tratados casos limites, histórias tristes...! O hospital é privado e caríssimo, mas ela achou um jeito de operar, ali, crianças  sem posses.

Criou uma ONG, passa o chapéu, fala com amigos, empresários. O Projeto Pró-Criança já atendeu mais de 500 crianças e, destas, 120 foram operadas.

— Sonhei a vida inteira e fiz. Não importou ser pobre, mulher, baixinha  e alagoana. Eu fiz.

Voltando a Adriane, esbarramos, brutalmente, na frustração:

— Já tive vontade de viajar e não podia. Queria ter carro e não tinha. Não pude fazer faculdade por falta de dinheiro. Não que não sinta falta de livros, mas livros a gente os compra na esquina, conhecimento se adquire com a vida. Sinto falta de contar aos amigos essas histórias que  quase todos têm, do tempo da faculdade.

Duas vidas, dois perfis fora da normalidade, matéria-prima dos órgãos de imprensa. Mas qual é o mais valorizado pela mídia hoje em dia? É fácil constatar e chegar à conclusão de que alguma coisa está errada na nossa sociedade.

Pode ser até que o leitor tenha interesse mórbido em saber o que as louras e morenas burras ou muito espertas andam fazendo, mas a mídia não deve limitar-se a refletir e a conformar-se com a mediocridade, o vazio, o oportunismo e a falta de ética.

Os órgãos de imprensa devem ter um papel transformador na sociedade e, nesse sentido, estaríamos melhor servidos se houvesse mais Rosas Célias nos jornais, nas revistas e TVs.

Voltando ao castelo de Caras, as belas Adrianes, Narcisas, Lucianas, Suzanas ou Carlas, certamente encontrarão lá um espelho mágico e, se for mesmo mágico, ele dirá que Rosa Célia é a mais bela de todas elas!

 

 

PAI NOSSO

 

CRISTÃO: Pai nosso que estais no céu...

DEUS: Sim? Estou aqui...

CRISTÃO: Por favor, não me interrompa, estou orando!

DEUS: Mas me chamou!

CRISTÃO: Chamei-O?! Não chamei ninguém. Estou orando. Pai nosso que estais no céu...

DEUS: Aí! Você fez de novo.

CRISTÃO: Fiz o quê?

DEUS: Chamou-me! Disse:  Pai nosso que estais no céu.  Estou  aqui. Como é que posso ajudá-lo?

CRISTÃO: Não quis dizer isso.  Estou orando. Oro o Pai-Nosso todos os dias. Sinto-me feliz orando assim. É como se fosse um dever. Não me sinto bem até cumpri-lo.

DEUS: Como pode dizer Pai Nosso, sem lembrar que todos são seus irmãos? Que estais no céu, se não sabe que o céu é paz e amor?

CRISTÃO: Realmente, ainda não havia pensado nisso!

DEUS: Prossiga sua oração.

CRISTÃO: Santificado seja o Vosso nome...

DEUS: Espere aí! O que quer dizer com isso?

CRISTÃO: Não sei  o que significa.  Como  vou   sabê-lo? Faz  parte  da oração, só isso!

DEUS: Santificado significa digno de respeito, santo, sagrado.

CRISTÃO: Agora  entendi.    Nunca  havia   pensado  no  sentido  dessa palavra.   Venha  a  nós  o  vosso  reino,  seja  feita  a vossa vontade, assim na terra como no céu...

DEUS: Está falando sério?

CRISTÃO: Claro! Por que não?

DEUS: O que faz para que isso aconteça?

CRISTÃO: Nada! É que faz parte da oração. Além disso, seria bom que o Senhor tivesse um controle de tudo o que acontecesse no céu e na terra.

DEUS: Tenho controle sobre você?

CRISTÃO: Freqüento a igreja!

DEUS: Como trata seus irmãos?

CRISTÃO: Por favor, pare de me criticar!

DEUS: Pensei  que  estava  pedindo  para  que   fosse feita  minha vontade.  Para  isso  acontecer,  é  preciso  aceitar minha vontade, o frio, o sol, a chuva, a natureza, a comunidade.

CRISTÃO: Está certo, tem razão. Acho que nunca aceito Sua vontade, pois reclamo de tudo: se manda chuva, peço sol; se envia sol, reclamo do calor; se manda frio, continuo reclamando; se estou doente, peço saúde, mas não cuido dela, deixo de me alimentar ou como muito.

DEUS: Ótimo reconhecer tudo isso! Vamos trabalhar juntos. Teremos vitórias e derrotas. Estou gostando da sua nova atitude.

CRISTÃO: Senhor, preciso terminar agora. Esta oração está demorando muito. Vou continuar: o pão nosso de cada dia nos dai hoje...

DEUS: Pare aí! Está me pedindo pão material? Nem só de pão vive o homem, mas também da minha palavra. Quando me pedir pão, lembre-se daqueles que nem o conhecem. Pode pedir-me o que quiser, desde que me veja como Pai amoroso! Estou interessado na próxima parte de sua oração. Continue!

CRISTÃO: Perdoai nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido...

DEUS: E seu irmão desprezado?

CRISTÃO: Está vendo?! Senhor, ele já me criticou várias vezes e não era verdade o que dizia. Não consigo perdoá-lo. Preciso vingar-me!

DEUS: Mas e a sua oração? O que quer dizer sua oração? Chamou-me, estou aqui! Quero que saia daqui transfigurado. Estou gostando de sua honestidade. Mas não é bom carregar o peso da ira dentro de você, certo?

CRISTÃO: Acho que iria me sentir melhor se me vingasse!

DEUS: Não faça isso! Vai sentir-se pior. A vingança não é tão doce quanto parece. Pense na tristeza que me causaria. Posso mudar tudo para você. Basta querer.

CRISTÃO: Pode? Mas como?

DEUS: Perdoe seu irmão. Eu o perdoarei e o aliviarei.

CRISTÃO: Senhor, não posso perdoá-lo.

DEUS: Então não me peça perdão também!

CRISTÃO: Mais uma vez está certo! Mais do que me vingar, quero a paz com o Senhor. Está bem, perdôo a todos, mas me ajude, Senhor. Mostre-me o caminho certo.

DEUS: Isso que me pede é maravilhoso! Estou muito feliz com você. Como está se sentindo agora?

CRISTÃO: Bem, muito bem mesmo! Para falar-Lhe a verdade, nunca havia me sentido assim! É tão bom falar com Deus.

DEUS: Ainda não terminou a oração. Prossiga...

CRISTÃO: ...e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal...

DEUS: Ótimo, vou fazer justamente isso, mas não se ponha em situações em que possa ser tentado.

CRISTÃO: O que quer dizer com isso?

DEUS: Deixe de andar na companhia de pessoas que o levam a participar de coisas sujas, intrigas, fofocas. Abandone a maldade e o ódio. Isso tudo vai levá-lo para o caminho errado.

CRISTÃO: Não estou entendendo!

DEUS: Lógico que entende! Já fez isso comigo várias vezes. Erra, depois vem pedir-Me socorro.

CRISTÃO: Estou com muita vergonha, perdoe-me Senhor!

DEUS: Claro que o perdôo! Sempre perdôo a quem está disposto a perdoar também. Mas não se esqueça: quando me chamar, lembre-se de nossa conversa, medite sobre cada palavra que fala! Termine sua oração.

CRISTÃO: Terminar? Ah, sim, Amém!

DEUS: O que quer dizer amém?

CRISTÃO: Não sei. É o final da oração.

DEUS: Deve dizer amém quando concorda com minha vontade e segue meus mandamentos, porque amém quer dizer assim seja, concordo com tudo que orei.

CRISTÃO: Senhor, obrigado por me ensinar esta oração e por me fazer entendê-la.

DEUS: Amo cada um dos meus filhos, mais ainda aqueles que querem sair do erro e ser livres do pecado. Abençôo-o! Fica com minha paz!

CRISTÃO: Obrigado, Senhor! Estou muito feliz em saber que é meu amigo.

 

A fórmula especial

 

Você costuma dizer a seu filho que o ama? Ou você é daqueles pais que têm dificuldade com a frase: " Amo você? "

Esta é a história de um homem. Em verdade, de um pai e um filho.

O homem era apaixonado por caixas. Grandes, pequenas, médias. Caixas altas, baixas. Caixas redondas. Quadradas, retangulares.

O filho amava intensamente o pai. E o pai amava intensamente o filho.

Mas ele não conseguia dizer ao filho que o amava.

Por isso, pensou em uma maneira especial de se comunicar com ele, falando dos seus sentimentos. Começou a construir coisas para seu filho.

Com várias caixas de tamanhos diferentes, ele fez um castelo. E que castelo!

Também construiu um avião. Lindo, imitando um 14 Bis, aquele mesmo com o qual Santos Dumont voou ao redor da torre Eiffel, em paris. E voava muito bem.

Só a chuva impedia os vôos maravilhosos dos aviões de papelão. Esse era um problema que algum dia aquele pai iria resolver.

Quando os amigos do filho apareciam, caixas de todos os tamanhos também apareciam, para o deslumbramento da garotada.

Logo, as caixas se transformavam em casas, torres, castelos, cidades. Também chapéus, armários e pontes.

E o pai continuava a recolher caixas, onde quer que fosse: no supermercado, na loja de eletrodomésticos, no shopping.

A maioria das pessoas achava que o homem era muito estranho. Principalmente, quando ele descia o morro com o filho, dentro de um carrinho feito com a caixa que veio com a geladeira nova.

Os velhos apontavam para ele. As velhas o olhavam zangadas.

Os vizinhos, quando o viam no quintal, às voltas com caixas e mais caixas, riam dele.

Nem se davam conta que uma caixa se transformara em casa de passarinhos, na grande árvore em frente ao portão. E que outra, zelosamente guardava o alpiste para alimentar a passarada.

O homem, no entanto, não se preocupava com os comentários e os risos de ninguém.

Porque empinando papagaio, montando castelos, inventando mil coisas com as caixas, ele descobrira uma fórmula especial de compartilhar horas de lazer com o filho.

E mais do que tudo, carregando o filho nos ombros morro abaixo e morro acima, na manhã de sol ou no cair da tarde, ele aprendera uma maneira particular de compartilhar o amor de um pelo outro.


Moral da História:
Extravase seus sentimentos, demonstrando aos seus filhos o quanto os ama.
Permita que percebam o quanto eles significam para o seu coração.
Se os seus braços estiverem começando a apresentar sinais de ferrugem, lubrifiquem-o com o óleo de muitos abraços.
E se sua voz anda um tanto preguiçosa para as palavras " Amo você", faça como o pai da história e crie situações que permitam estar com seus filhos, para as sadias brincadeiras da infância...
Afinal, tudo é uma questão de vontade, esforço e aprendizado.

Sabedoria e força.

 

Um sábio mestre conduz seu aprendiz pela floresta.

Embora mais velho, caminha com agilidade, enquanto seu aprendiz escorrega e cai a todo instante.

O aprendiz blasfema, levanta-se, cospe no chão traiçoeiro, e continua a acompanhar seu mestre.

Depois de longa caminhada, chegam a um lugar sagrado.

Sem parar, o sábio mestre dá meia volta e começa a viagem de volta.

- Você não me ensinou nada hoje diz o aprendiz, levando mais um tombo.

- Ensinei sim, mas você parece que não aprende responde o mestre. Estou tentando lhe ensinar como se lida com os erros da vida.

- E como lidar com eles? indaga o aprendiz.

- Como deveria lidar com seus tombos responde o mestre.

Em vez de ficar amaldiçoando o lugar onde caiu, devia procurar aquilo que te fez escorregar.

MORAL DA HISTÓRIA: Devemos sempre procurar a raiz de nossos erros e nos levantarmos com sabedoria e força.

Eu faço de tudo para estar certo

 

O demônio caminhava por uma trilha no meio de dois campos, onde lavradores colhiam uvas.

- Vou semear um pouco daquilo que os seres humanos mais gostam: Ter razão no que dizem, pensou.

Colocou um chapéu onde a metade direita era verde, e a outra metade amarela.

- Sigam-me para encontrar um tesouro! gritou para os camponeses. Depois, escondeu-se atrás de uma árvore.

Os trabalhadores correram para a estrada.

- Vamos seguir o senhor de chapéu verde, disseram os homens do campo à direita.

- Vocês estão querendo nos enganar. Devemos seguir alguém de chapéu amarelo!, gritavam os homens do campo à esquerda.

A discussão aumentou. Meia hora depois, os lavradores haviam esquecido o tesouro, e se matavam a golpe de foice, para ver quem tinha razão sobre a cor do chapéu.

Moral da História: O mais importante jamais será provar para os outros que estou certo e sim que eu mesmo saiba disso de todo coração.
Com carinho, sem querer ter razão,

A tartaruga tagarela

 

Era uma vez uma tartaruga que vivia num lago com dois patos, muito seus amigos. Ela adorava a companhia deles e conversava até cansar. A tartaruga gostava muito de falar. Tinha sempre algo a dizer e gostava de se ouvir dizendo qualquer coisa.

Passaram muitos anos nessa feliz convivência, mas uma longa seca acabou por esvaziar o lago. Os dois patos viram que não podiam continuar morando ali e resolveram voar para outra região mais úmida. E foram dizer adeus à tartaruga.

- Oh, não, não me deixem! Suplicou a tartaruga. - Levem-me com vocês, senão eu morro!

- Mas você não sabe voar! - disseram os patos. - Como é que vamos levá-la?

- Levem-me com vocês! Eu quero ir com vocês! - gritava a tartaruga.

Os patos ficaram com tanta pena que, por fim, tiveram uma idéia.

- Pensamos num jeito que deve dar certo - disseram - se você conseguir ficar quieta um longo tempo. Cada um de nós vai morder uma das pontas de uma vara e você morde no meio. Assim, podemos voar bem alto, levando você conosco. Mas cuidado: lembre-se de não falar! Se abrir a boca, estará perdida.

A tartaruga prometeu não dizer palavra, nem mexer a boca; estava agradecidíssima! Os patos trouxeram uma vara curta bem forte e morderam as pontas; a tartaruga abocanhou bem firme no meio. Então os patos alçaram vôo, suavemente, e foram-se embora levando a silenciosa carga.

Quando passaram por cima das árvores, a tartaruga quis dizer: "Como estamos alto!" Mas lembrou-se de ficar quieta.

Quando passaram pelo campanário da igreja, ela quis perguntar: "O que é aquilo que brilha tanto?" Mas lembrou-se a tempo de ficar calada.

Quando passaram sobre a praça da aldeia, as pessoas olharam para cima, muito espantadas.

- Olhem os patos carregando uma tartaruga! - gritavam. E todos correram para ver.

A tartaruga bem quis dizer: "E o que é que vocês tem com isso?"; mas não disse nada. Ela escutou as pessoas dizendo:

- Não é engraçado? Não é esquisito? Olhem! Vejam!

E começou a ficar zangada; mas ficou de boca fechada. Depois, as pessoas começaram a rir:

- Vocês já viram coisa mais ridícula? - zombavam.

E aí a tartaruga não agüentou mais. Abriu a boca e gritou:

- Fiquem quietos, seus bobalhões...!

Mas, antes que terminasse, já estava caída no chão. E acabou-se a tartaruga tagarela.

Moral da história: Há momentos na vida que é melhor ficar de boca fechada.

Eu ouvi Deus

 

Levantei chateado já pensando nos inúmeros problemas que eu tinha para resolver naquele dia.

Um gosto amargo na boca, dores pelo corpo e uma angústia esquisita me invadia a alma e dizia que eu não havia dormido bem.

E eu parecia uma barata tonta, não tinha idéia de " por onde começar "...

Quando sai para a rua fui surpreendido por um dia maravilhoso, um sol gostoso iluminava um céu azul quase sem nuvens, e eu tive a impressão de que Deus queria falar comigo.

Continuei caminhando e nas árvores da praça perto de casa, dezenas de passarinhos cantavam alegres e disputavam alimentos com uma barulheira festiva,
e senti que Deus queria falar comigo.

Olhei para as flores daquele Jardim e me lembrei de Jesus falando aos antigos:
" ( LC 12:27 ) "Olhai os lírios no campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.", e mais uma vez senti que Deus queria falar comigo.

Angustiado com meus problemas que pareciam ser os mesmos sempre, parecia que eu nunca iria sair daquele círculo de aflições, quando percebi que minhas pernas estavam me levando por todos os lugares que eu queria, mesmo sem eu ordenar nada, que meus braços eram fortes e eu poderia utilizar essa força para o trabalho, e que meu cérebro possuía ainda um raciocínio muito rápido, e mais uma vez percebi que Deus queria falar comigo.

Mais a frente, vi um menino de no máximo 3 anos, com os bracinhos esticados e nas pontas dos pés pulando para alcançar uma maçã no alto de uma árvore.

Mesmo com todo o seu esforço, empenho e alegria, eu percebi que ele nunca iria conseguir alcançar aquela maçã, e nesse momento eu ouvi Deus me falar que nós somos iguais aquela criança...

Na maioria dos nossos dias colocamos nossa felicidade, nossos melhores sonhos, em lugares tão altos como aquela maçã estava para o menino.

Perseguimos frutos que não estão ao nosso alcance, e desprezamos o belo, as coisas boas que a vida nos oferece e nem damos a devida atenção.

Percebi então, quanto tempo eu estava perdendo amando quem não me amava, trabalhando onde não me sentia feliz, fazendo coisas somente para agradar quem nunca mereceu, desejando coisas que eu nem sabia se me fariam feliz, buscando um Deus da guerra para vencer meus inimigos, quando Deus é só amor.

Então compreendi que a felicidade está onde nós estamos, onde está o nosso coração...

E nesse dia eu ouvi Deus.

O perdão

 

Ela se chamava Mega e tinha uma chefe terrível. Quando Mega chegava pela manhã e falava "bom dia", a chefe respondia com uma pergunta: "por que não chegou mais cedo?"

Se chegasse antes da hora, a chefe não estava lá, mas ficava sabendo e lhe perguntava se ela não sabia qual o horário do expediente, mesmo depois de trabalhar ali há tantos anos.

Era uma mulher má. Implicava com tudo. Até que um dia Mega se cansou e decidiu se demitir.

- " Vou sair, mas antes vou dizer tudo o que tenho vontade ", foi o que pensou.

Exatamente naquele dia ela estava almoçando quando encontrou a dra. Casarjian que a convidou para assistir a um treinamento, naquela tarde.

- " Não posso ", foi a sua resposta. "tenho expediente a cumprir. "

- " Por que não? "

Mega falou sobre a chefe que vivia implicando com ela e a dra. Casarjian lembrou que pior a situação não poderia ficar.

Além do que, se a chefe lhe desse uma bronca por faltar ao trabalho, naquela tarde, ao menos teria motivo.

Mega lembrou que no dia seguinte iria se demitir, por isso resolveu ir ao encontro. Ali ouviu referências a respeito do perdão. " O perdão é bom para você ", falava a Dra. " Se você perdoar alguém que o ofendeu ele continua do mesmo jeito mas você se sentirá bem."

" Se você perdoar o mentiroso, ele continuará mentiroso mas você não se sentirá mal por causa das mentiras dele. " Ao final do treinamento, Mega concluiu que a sua chefe estava muito doente e tirou-a da cabeça.

No dia seguinte, tomou uma resolução: " Não vou deixar que ela me atormente mais. E nem vou abandonar o trabalho que eu gosto. "

Mega chegou e cumprimentou: " Olá. "

A chefe foi logo lhe perguntando o que tinha acontecido. Ela estava diferente. Mega falou que havia participado de um treinamento e que estava bem consigo mesma e até convidou a chefe para tomar chá, ao final da tarde.

A reação veio logo: " Você está me convidando só para eu não reclamar de você? "

" Pode reclamar, até mandar descontar as minhas horas. Mas eu insisto no chá. "

E foram. Durante o chá, a chefe falou da sua surpresa em ter sido convidada para aquele chá. Ela sabia que era intratável. Também falou da sua emoção. Nunca ninguém a convidara para um lanche, um café.

Acabou por falar das suas dores. O marido lhe batia, o filho vivia no mundo das drogas. Por isso ela odiava as pessoas. Era infeliz e agredia.

Semanas depois, era a própria chefe que comparecia ao novo treinamento da Dra. Casarjian a respeito do perdão.

Moral da História:Perdoar é libertar-se. Aquele que agride é sempre alguém a um passo do desequilíbrio.

Aquele que persegue nem pode imaginar o quanto se encontra enfermo.

Sem dúvida, a felicidade pertence sempre àquele que pode oferecer, que a possui para dar.

Poderia ter reagido às agressões, mas preferiu perdoar e amar, por saber que aqueles que o afligiam eram espíritos atormentados em si mesmos. Por essa razão, dignos de perdão.

E se você tiver ainda muita dificuldade para perdoar, pense que tudo passa. Passam as coisas ruins, passam as pessoas que as provocam. Só o bem permanece para sempre...

A lição do bambú

 

Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada. Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu, mas uma maciça e fibrosa estrutura de raiz, que se estende vertical e horizontalmente pela terra está sendo construída.

Um escritor americano escreveu:

Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês.:

Você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento,e, às vezes não vê nada por semanas, meses, ou anos.

Mas, se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5º ano chegará e, com ele, virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava...

O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos,de nossos sonhos... especialmente no nosso trabalho, ( que é sempre um grande projeto em nossas vidas ).

É que devemos lembrar do bambu chinês, para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão.

Tenha sempre dois hábitos:

Persistência e Paciência, pois você merece alcançar todos os sonhos!!!

É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão.

Vc é substituível?

 

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua
equipe de gestores.

Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça:

- Ninguém é insubstituível.

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.

Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça.

Ninguém ousa falar nada.

De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:

- Alguma pergunta?

- Tenho sim. E Beethoven?

- Como? encara o gestor confuso.

- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu Beethoven?

Silêncio...

O funcionário, fala então:

- Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso..

Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.

Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra?
Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico?

Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar.

E, portanto, são sim insubstituíveis.

Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa.

Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar seus 'gaps.'

Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico...

O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.

Cabe aos líderes de uma organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro.

Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Um gestor, coordenador ou supervisor , focado em ' melhorar as fraquezas ' de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo.

E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.

Portanto lembre-se! Você é um talento único e com toda certeza ninguém te substituirá!

" Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso
fazer alguma coisa.

Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso. "

" Solidariedade, amor, amigos , não se agradece, comemora-se... "

A lagosta

 

A lagosta cresce formando e largando uma série de cascas duras, protectoras.

Cada vez que ela se expande, de dentro para fora, a casca confinante tem de ser mudada.

A lagosta fica exposta e vulnerável até que, com o tempo, um novo revestimento vem substituir o antigo.

A cada passagem de um estágio de crescimento humano para outro, também temos de mudar a nossa estrutura de proteção.

Ficamos expostos e vulneráveis, mas também efervescentes e capazes de nos estendermos de modo antes ignorado.

Essas mudanças de pele podem durar vários anos. entretanto, se sairmos, de cada uma dessas passagens, entramos num período mais prolongado e mais estável, no qual podemos esperar relativa tranquilidade e uma sensação de reconquista de equilíbrio.

A caixinha de beijos

 

Certo dia, um homem chegou em casa e ficou muito irritado com sua filha de três anos. Ela havia apanhado um rolo de papel de presente dourado e literalmente desperdiçado fazendo um embrulho.

Mesmo que o dinheiro andasse curto e o papel fosse muito caro, ele não poupou recriminações para a garotinha, que ficou triste e chorou.

Naquela mesma noite, o pai descobriu num canto da sala, no local onde a família colocara os presentes para serem distribuídos no dia de Natal, um embrulho dourado não muito bem feito.

Na manhã seguinte, logo que despertou, a menininha correu para ele com o embrulho nas mãos, abraçou forte o seu pescoço, encheu seu rosto de beijos e lhe entregou o presente.

- Isto é pra você, paizinho! Foi o que ela disse.

Ele se sentiu muito envergonhado com sua furiosa reação do dia anterior. Mas, logo que abriu o embrulho, voltou a explodir. Era uma caixinha vazia.

Gritou para a filha:

- Você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa?

A criança olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas e disse:

- Papai a caixinha não está vazia. Eu soprei muitos beijos dentro dela. Todos para você, papai.

O pai quase morreu de vergonha. Abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.

Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos. Sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali.

Moral da história: De uma forma simples, cada um de nós, humanos, temos recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional de nossos pais, de nossos filhos, de nossos irmãos e amigos.

Entretanto, nem sempre nos damos conta. Estamos tão preocupados com o ter, com valores do mundo, que as coisas pequenas não são percebidas por nós.

Assim, a esposa não valoriza o ramalhete de flores do campo que o marido lhe enviou, no dia do aniversário. É que ela esperava ganhar uma valiosa jóia e não aquela insignificância.

O marido nem agradece o fato da esposa, no dia em que comemoram mais um ano de casados, esperá-lo com um jantar simples, a dois, em casa. Ele estava esperando uma comemoração em grande estilo, ruidosa, cercado de amigos e muitos comes e bebes.

Os pais não dão importância para aquele cartão meio amassado que os pequenos trazem da escola, pintado com as mãos de quem apenas ensaia a arte de dominar as tintas e os pincéis nas mãos pequeninas.

Eles estão mais envolvidos com as contas que a escola está cobrando e acreditam que, pelo tanto que lhes custa a mensalidade escolar, os professores deveriam ter lhes enviado um presente de valor.

É, muitos de nós não encontramos os beijos na caixinha dourada. Só vemos a caixinha vazia.

O amor é feito de pequeninas coisas. Não exige fortunas para se manifestar.

Por vezes, é um ato de renúncia, como a daquele homem que no dia de Natal, em plena guerra, conseguiu apenas uma laranja para a ceia dele e da esposa.

Então a descascou, colocou em um prato, criando uma careta com os gomos bem dispostos e entregou para a esposa, com um beijo e um pedaço de papel escrito: Feliz Natal!

E ficou observando-a comer, com vagar, feliz por ver os olhos dela brilharem e ela se deliciar com a fruta tão rara naqueles dias, naquele local.

Um homem sem sorte

 

Vivia perto de uma aldeia um homem, um homem que era completamente sem sorte.

Nada do que ele fazia dava certo.

Muitas vezes ele plantava sementes e o vento vinha e as levava, outras vezes, era a chuva, que vinha tão violenta e carregava as sementes.

Outras vezes ainda, as sementes permaneciam sob a terra, mas o sol, era tão quente, que as cozinhava.

E ele se queixava com as pessoas e as pessoas escutavam suas queixas, da primeira vez com simpatia, depois com um certo desconforto e enfim quando o viam mudavam de caminho, ou entravam para dentro de suas casas fechando portas e janelas, evitando-o.

Então além de sem sorte, o homem se tornou chato e muito só. Ele começou a querer achar um culpado para o que acontecia com ele. Analisando a situação de sua família percebeu que seu pai era um homem de sorte, sua mãe, esta tinha sorte por ter se casado com seu pai, e seus irmãos eram muito bem sucedidos, pois então, se não era um caso genético, só poderia ser coisa do Criador. E depois de muito pensar resolveu tomar uma atitude e ir até o fim do mundo falar com o Criador, que como Criador de tudo, deveria ter uma resposta.

Arrumou sua malinha, algum alimento e partiu rumo ao fim do mundo. Andou um dia, um mês, um ano e um dia, e pouco antes de entrar numa grande floresta ouviu uma voz: - Moço, me ajude. Ele então olhou para os lados procurando alguém. Até que se deparou com um lobo, magro, quase sem pelos, era pele e osso o infeliz. Dava para contar suas costelas.

Ele falou: - Há três meses estou nesta situação. Não sei o que está acontecendo comigo. Não tenho forças para me levantar daqui.

O homem refeito do susto respondeu: - Você está se queixando a toa... Eu tive azar a vida inteira. O que são três meses? Mas faça como eu. Procure uma resposta. Eu estou indo procurar o Criador para resolver o meu problema.

- Se eu não tenho forças nem para ir ao rio beber água... Faça este favor para mim. Você está indo vê-lo, pergunte o que está acontecendo comigo. O homem fez um sinal de insatisfação e disse que estava muito preocupado com seu problema, mas se lembrasse, perguntaria. Virando as costas, continuou seu caminho.

Andou um dia, um mês, um ano e um dia e de repente, ao tropeçar numa raiz, ouviu: - Moço, cuidado. E quando olhou, viu uma folhinha que vinha caindo, caindo; Olhando para cima, viu a árvore com apenas duas folhinhas.

Levantou-se e observando suas raízes desenterradas, seus galhos retorcidos, sua casca soltando-se do tronco, falou: - Você não se envergonha? Olhe as outras árvores a sua volta e diga se você pode ser chamada de árvore? Conserte sua postura.

A árvore, com uma voz de muita dor, disse: - Não sei o que está acontecendo comigo. Estou me sentindo tão doente. Há seis meses que minhas folhas estão caindo, e agora, como vês, só restam duas... E, no fim de uma conversa, pediu ao homem que procurasse uma solução com o Criador.

Contrariado, o homem virou as costas com mais uma incumbência. Andou um dia, um mês, um ano e um dia e chegou a um vale muito florido, com flores de todas as cores e perfumes. Mas o homem não reparou nisto. Chegou até uma casa e na frente da casa estava uma moça muito bonita que o convidou a entrar.

Eles conversaram longamente e quando o homem deu por si já era madrugada. Ele se levantou dizendo que não podia perder tempo e quando já estava saindo ela lhe pediu um favor: - Você que vai procurar o Criador, podia perguntar uma coisa para mim? É que de vez em quando sinto um vazio no peito, que não tem motivo, nem explicação. Gostaria de saber o que é e o que posso fazer por isto.

O homem prometeu que perguntaria e virou as costas e andou um dia, um mês, um ano e um dia e chegou por fim ao fim do mundo. Sentou-se e ficou esperando até que ouviu uma voz. E uma voz no fim do mundo, só podia ser a voz do criador...

- Tenho muitos nomes. Chamam-me também de Criador...

E o homem contou então toda a sua triste vida. Conversou longamente com a voz até que se levantou e virando as costas foi saindo, quando a voz lhe perguntou: - Você não está se esquecendo de nada? Não ficou de saber respostas para uma árvore, para um lobo e para uma jovem?

- Tem razão... E voltou-se para ouvir o que tinha que ser dito.

Depois de um tempinho virou-se e correu... mais rápido que o vento até que chegou na casa da jovem. Como ela estava em frente à casa, vendo-o passar chamou: - Ei!!! Você conseguiu encontrar o Criador? Teve as respostas que queria?

- Sim!!! Claro! O Criador disse que minha sorte está há muito no mundo. Basta ficar alerta para perceber a hora de apanhá-la!

- E quanto a mim, você teve a chance de fazer a minha pergunta?

- Ah! O Criador disse que o que você sente é solidão. Assim que encontrar um companheiro vai ser completamente feliz, e mais feliz ainda vai ser o seu companheiro.

A jovem então abriu um sorriso e perguntou ao homem se ele queria ser este companheiro.

- Claro que não... Já trouxe a sua resposta... Não posso ficar aqui perdendo tempo com você. Não foi para ficar aqui que fiz toda esta jornada. Adeus!!!

Virando as costas, correu mais rápido do que a água, até a floresta onde estava a árvore. Ele nem se lembrava dela. Mas quando novamente tropeçou em sua raiz, viu caindo uma última folhinha. Ela perguntou se ele tinha uma resposta, ao que o homem respondeu: - Tenho muita pressa e vou ser breve, pois estou indo em busca de minha sorte, e ela está no mundo.

O Criador disse que você tem embaixo de suas raízes uma caixa de ferro cheia de moedas de ouro. O ferro desta caixa está corroendo suas raízes. Se você cavar e tirar este tesouro daí vai terminar todo o seu sofrimento e você vai poder virar uma árvore saudável novamente.

- Por favor!!! Faça isto por mim!!! Você pode ficar com o tesouro. Ele não serve para mim. Eu só quero de novo minha força e energia. O homem deu um pulo e falou indignado: - Você está me achando com cara de quê? Já trouxe a resposta para você. Agora resolva o seu problema. O Criador falou que minha sorte está no mundo e eu não posso perder tempo aqui conversando com você, muito menos sujando minhas mãos na terra.

Virando as costas correu, mais rápido do que a luz, atravessou a floresta, e chegou onde estava o lobo, mais magro ainda e mais fraco.

O homem se dirigiu a ele apressadamente e disse: - O Criador mandou lhe falar que você não está doente. O que você tem é fome. Está a morrer de inanição, e como não tem forças mais para sair e caçar, vai morrer aí mesmo. A não ser, que passe por aqui uma criatura bastante estúpida, e você consiga comê-la.

Nesse momento, os olhos do lobo se encheram de um brilho estranho, e reunindo o restante de suas forças, o lobo deu um pulo e comeu o homem "sem sorte".

"SOMOS O QUE FAZEMOS, MAS SOMOS PRINCIPALMENTE O QUE FAZEMOS PARA MUDAR O QUE SOMOS".

O pedreiro

 

Um velho pedreiro que construía casas estava pronto para se aposentar...

Ele informou o chefe do seu desejo de se aposentar e passar mais tempo com sua família.

Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar.

A empresa não seria muito afetada pela saída do pedreiro, mas o chefe estava triste em ver um bom funcionário partindo e pediu ao pedreiro para trabalhar em mais um projeto, como um favor.

O pedreiro não gostou, mas, acabou concordando.

Foi fácil ver que ele não estava entusiasmado com a idéia.

Assim ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiais inadequados.

Quando o pedreiro acabou, o chefe veio fazer a inspeção da casa construída.

Depois de inspecioná-la, deu a chave da casa ao pedreiro e disse:

- " Esta é a sua casa. Ela é o meu presente para você. "

O pedreiro ficou muito surpreso. Que pena! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito tudo diferente...

O mesmo acontece conosco...

Nós construímos nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes fazendo menos que o melhor possível na sua construção.

Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na casa que nós construímos. Se pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente. Mas não podemos voltar atrás.

Tu és o pedreiro.

Todo dia martelas pregos, ajustas tabuas e constróis paredes.

Alguém já disse que:

- " A vida e um projeto que você mesmo constrói. "

Tuas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a "casa" em que vais morar amanhã.

Portanto construa com sabedoria!

Numa tarde quente de um forte verão, transpirando demasiadamente e com muita sede, bateu a porta de uma casa humilde um pobre moço que vendia livros, a fim de se manter nos estudos.

Queria oferecer alguns dos livros que levava.

Veio atendê-lo uma mocinha com ares ingênuos, porém muito educada, atenciosa e meiga.

- Minha mãe não está em casa. Foi a cidade fazer uma pequena compra, mas não creio que pudesse comprar qualquer livro, o que é uma pena...

- Está bem, garota. Mas será que você poderia me dar um copo d'água?

- Oh, sim, claro que posso. Temos água bem fresquinha, mas o senhor não prefere um copo de leite frio?

- Nossa eu agradeceria muito, por um copo de leite !!! Não terei tempo de fazer qualquer refeição antes da primeira aula, que terá início daqui a uma hora. Portanto, se isso não for muito trabalhoso, eu aceito com muito prazer!

- Trabalho algum ... Minha mãe nos ensinou a tratar bem as pessoas.

Dizendo isto, a mocinha foi à copa buscar o leite que o pobre estudante bebeu avidamente, já pela sede e já pela fome.

Depois desse dia, muitos anos se passaram. A garota cresceu e se tornou uma mulher respeitável, simpática e dedicada.

Num quarto de hospital, entretanto, certo dia a jovem estava em observação e convalescendo de séria enfermidade.

- Amanhã você terá alta - disse-lhe a enfermeira naquela tarde. O médico lhe dará alta nesta noite ou logo de manhãzinha. Terá de continuar com o repouso e usando os medicamentos por mais duas semanas, mas é possível fazer tudo isso em sua própria casa. Gostou da notícia?

- Gostei muito! Há tantos dias venho esperando por isto, mas estou seriamente preocupada com a conta do hospital. Onde vou conseguir os recursos necessários para pagá-la? Não tenho dúvidas que será alta, e tudo o que temos representa o mínimo...

- Não fique assim tão angustiada. Toda essa tensão lhe fará mal. Vou a tesouraria verificar a conta e volto já com a informação, mas fique calma, por favor.

Dentro de aproximadamente quinze minutos retornou a enfermeira, trazendo a conta numa das mãos.

- Minha vida! - exclamou a moça antes de examinar o papel. O que será de mim para liquidar esse débito?

A essa altura a enfermeira a tranqüiliza e, após a verificação da conta, ela aponta uma frase que o médico havia escrito na parte inferior da conta, com a sua própria letra:

- Tudo está pago, por um copo de leite que foi oferecido a um pobre estudante, numa tarde quente de verão.