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Notícias aos visitantes

 

(Alguns dos meus artigos publicados)

 

A abertura da educação escolar

 

        O governo federal tem realizado diagnósticos educacionais em várias oportunidades. O mais famoso deles foi preparado pelo Ministério do Planejamento como instrumento de trabalho do Plano Decenal de Desenvolvimento Econômico e Social para o período 1967-1976. Mais recentemente, em 1974, o Movimento Brasileiro de Alfabetização realizou um Diagnóstico do Ensino Fundamental de modo a prever a quantidade de pessoas não atendidas pelo ensino regular que fariam parte de sua clientela virtual.

        Os governos estaduais, na sua maioria, realizam planos onde há sempre um capítulo destinado à educação contendo frequentemente um diagnóstico. Todos os planos contêm diagnósticos, isto é, a constatação de problemas do sistema de ensino e, às vezes, terapêuticas, visando a sua solução. Esses diagnósticos “fazem os dados falarem”, trazendo ao conhecimento de todos, a existência (e o dimensionamento) de problemas às vezes insuspeitados.

        A Constituição de 1969 estabelece que “o ensino primário é obrigatório para todos, dos sete aos quatorze anos, e gratuito nos estabelecimentos oficiais”. Posteriormente, a Lei nº 5.692/71 especificou idade e grau de ensino, esclarecendo que “para efeito do que se dispõem os Arts.176 e 178 da Constituição, entende-se por ensino primário a educação correspondente ao ensino de primeiro grau” (...).

       Pode-se perceber, então, que o Estado estabeleceu para si próprio o dever de garantir a escolarização obrigatória e gratuita (pelo menos de seus estabelecimentos) para toda população a partir dos sete anos de idade. A duração de escolarização deveria ser de quatro anos, no mínimo, conforme a Constituição de 1946 e dobrada para oito anos, segundo a Lei nº 5.692/71, mas, foi finalmente em 2010, que aumenta-se mais um ano, passando para nove, com a decisão de iniciar o Ensino Fundamental aos seis anos de idade. Dada tal obrigatoriedade, em vigor hoje (nove anos), o Brasil se equipara a muitos países da Europa, que têm entre nove e 11 anos de Educação assegurada pelo Estado. Esse aumento de mais um ano é colocado no Ensino Fundamental, e essa antecipação do convívio desses alunos tem o objetivo de assegurar-lhes mais oportunidades de aprendizagem, com maior qualidade, já que muitas crianças estão fora da escola na Educação Infantil. A consequência disso, pelo menos no plano das leis, é o estabelecimento de, no mínimo, uma parte aberta a todos, de entrada acessível, obrigatória e, principalmente, de permanência compulsória.

        O conteúdo de ensino não é algo que existe desligado das classes sociais. Tanto o conteúdo quanto a disciplina são familiares à classe dominante e às camadas médias, mas absolutamente estranhos à classe trabalhadora.

Esse fato objetivo é dissimulado pelo pensamento pedagógico que postula a “naturalidade” da educação (geralmente difusa), essa dissimulação é necessária para que o ensino possa existir sem suscitar resistências maiores. Quando as crianças oriundas das classes dominantes e das camadas médias vão à escola, têm no ensino um prolongamento da primeira socialização, difusa, doméstica. Entretanto, para os filhos dos trabalhadores, a experiência escolar é algo traumatizante.

        A escola organizada para uma elite e recebe crianças educadas, perfeitamente equipadas para, imediatamente, aprenderem a ler, escrever e contar, ou melhor, para vencerem o programa preconizado.

        Os alunos provindos das classes sociais menos afortunadas não recebem, em casa ou na classe social a que pertencem o preparo requerido pelos programas escolares preconizados para as escolas da elite que perduram no sistema escolar nacional. Daí as reprovações em massa, a escola primária do “salve-se quem puder”, a escola organizada para atender aos portadores de um cabedal de experiências que lhes permitem usufruir dos benefícios escolares que merece.

 

 

Educação e distribuição de renda

 

            O conceito de renda, na teoria econômica, é formulado com base em um esquema simples, onde a produção se faz pelo emprego, na unidade produtiva, dos seguintes fatores econômicos: terra (ou instalações), trabalho, capital e capacidade empresarial. Desse modo, o processo de produção compreende dois fluxos. Um, de fatores de produção, num sentido; outro, em sentido contrário, de valores monetários. A renda gerada pelo processo produtivo é a soma de todos os valores do seu fluxo monetário, auferidos pelos proprietários dos fatores de produção empregados (isto é, salários, aluguéis, juros e lucros) durante um período convencionado, geralmente um ano.

            Os principais problemas que se apresentam ao estudo da distribuição de renda podem ser resumidos nas seguintes perguntas: as pessoas que são proprietárias dos fatores de produção estão auferindo rendas diferentes? Quais as pessoas (ou fatores) que estão auferindo mais renda? (ou: qual a distribuição funcional da renda?); por que razão alguns fatores auferem mais que outros? Quais as determinantes desse processo? Quais as tendências do processo de distribuição da renda?

            Segundo pesquisas realizadas sobre o assunto “educação e distribuição de renda” há uma subestimação das rendas das camadas mais pobres por dois motivos: não há inclusão dos serviços públicos gratuitos ou subsidiados, como saúde, educação, transporte, e omissão das rendas provenientes da produção doméstica não comercializada (como a agricultura, de subsistência, por exemplo). Argumenta-se que, se fosse possível computar os benefícios não monetários dos serviços públicos e da produção para o autoconsumo, as rendas das camadas mais pobres seriam mais elevadas do que aparecem nos censos, resultando, assim, em diminuição da concentração real.

            Acredita-se que a situação dos serviços públicos de educação, saúde, transporte apontam justamente na direção contrária à da argumentação acima. A precariedade que existe nos serviços de educação pública não deixa muita margem de dúvida quanto à sua situação de benefício para as camadas de renda mais elevada.

            Basta atentarmos para o fato de que cerca da metade dos matriculados na primeira série consegue chegar à segunda. Além disso, uma grande parte de dos gastos públicos em educação, talvez a maior, é aplicada no ensino superior, gratuito e destinado às camadas mais alta renda. Não se conhecem dados a respeito da distribuição de recursos públicos em educação, segundo níveis desta. No entanto, alguns dados podem sugerir que eles se encaminham com mais intensidade para o ensino superior: O custo médio do aluno do ensino superior é muito maior do que nos outros níveis; o ritmo de crescimento das matrículas do ensino superior é bem maior que o do ensino fundamental I e II ou mesmo do ensino médio. Assim, o produto de um custo médio alto mais pela maior intensidade de crescimento das matrículas resulta em aumento relativo do dispêndio. Portanto, cremos que, se fosse possível medir o efeito redistribuitivo dos gastos públicos em educação, encontraríamos muito provavelmente, um resultado que mostra um benefício líquido maior às camadas de rendas mais altas, justamente o oposto da argumentação mencionada.

            Os dados mostram que, a população de mais baixa renda tem diminuída sua participação no total. O mesmo não acontece com a população de mais alta renda, pois tem aumentada a participação no total.

            A economia brasileira apresentou um intenso processo de concentração de renda na década de 60. A concentração não se deveu a diferentes “velocidades” de crescimento da renda real dos diversos níveis de ingresso da população ativa, mas à manutenção (na hipótese mais otimista) da renda da metade inferior da escala e à elevação substancial da renda do quinto superior e, especialmente, dos 5% mais ricos.

            Não foi uma insuficiência na oferta de mão de obra com nível escolar médio e superior o principal fator determinante do processo de concentração de renda. Do mesmo modo, não será o aumento da sua oferta um meio de redistribuição da renda que pode, inclusive, resultar num efeito reconcentrador pela diminuição dos salários de algumas categorias profissionais.

            O processo de concentração foi determinado por uma série de mecanismos intrínsecos à economia brasileira, reforçados por medidas de política econômica e fatos conjunturais como os seguintes: crescimento da produtividade conseguido por inovações tecnológicas e economia de escala; manutenção de baixos níveis salariais, possibilitada pela oferta ilimitada de força de trabalho, pela contenção do movimento sindical e por outras medidas trabalhistas; estrutura oligopolística da produção; montagem de um sistema de financiamento de bens de consumo duráveis; e, finalmente, aumento da demanda de profissionais para algumas ocupações de setor terciário “moderno”. Este último fenômeno, no entanto, tem sido superestimado em algumas análises.

            Parece-nos que a omissão de certos dados é tão ou mais importante do que aqueles que são apresentados oficialmente. É o caso das apurações de dados que omitem, acreditamos que não casualmente, a distribuição funcional de renda, impedindo a verificação de modo direto e inequívoco da sua repartição nos componentes salários, juros, lucros e aluguéis ou, então, qual o montante de  renda realizada por empregados, empregadores, autônomos. Devido a essa omissão, os analistas são forçados a lançar mão de artifícios mais ou menos complicados para medir o fenômeno da renda, simples em si mesmo.

            Em consequência disso, alguns caem, intencionalmente ou não, em erros que distorcem a natureza dos processos econômicos e sociais. Foi o caso da atribuição à oferta dos sistemas escolares o poder de provocar um efeito concentrador de renda de grandes proporções, como o ocorrido no Brasil durante a década de 60.

 

 

Educação e equalização no plano do Estado

 

            O estudo e equalização do Estado brasileiro deixa claro o papel atribuído à educação no desenvolvimento. O objetivo é a construção de uma sociedade aberta no país, definida como sendo aquela onde inexistam barreiras objetivas que impeçam qualquer indivíduo de realizar suas potencialidades pessoais. E definida, também, pela institucionalização de um caminho adequado para a realização dessas potencialidades, que é a educação escolar.

            A educação profissional passa a ter uma grande importância. Ela é encarada como meio de se resolverem problemas graves como, por exemplo, o desemprego. Como disse um alto funcionário do Ministério do Trabalho, “no Brasil não existe desemprego e sim falta de qualificação profissional que causa o subemprego”. Visto assim, o emprego deixa de ser uma consequência dos mecanismos impessoais, complexos, estruturais da economia, e se transforma numa carência de indivíduos, na medida em que haja uma ação do Estado no sentido de superação dessa carência, o desemprego, ou melhor, o subemprego, deixa de existir. Desta maneira, fica eliminada mais uma barreira à igualdade de oportunidades no país.

            A profissionalização do ensino médio mais a extensão da escolaridade obrigatória de 4 a 8 anos foram encaradas como medidas que resultariam numa abertura de oportunidades.

            O planejamento do sistema de ensino, orientado pelo Estado, fará com que a educação escolar produza aquilo que espontaneamente (por si só) não poderá fazer: a equalização de oportunidades educacionais, logo sociais, até o limite das potencialidades de cada indivíduo.

 

 

A educação na perspectiva de possível mudança

 

                A escola é uma instância de luta pela transformação da sociedade.  Ela é o local onde se dão as contradições sociais que ocorrem na sociedade, isso, vimos a toda instante e não é mais novidade para ninguém, mas também entendemos que a escola é o espaço para a prática de troca de opiniões e o favorecimento de ideais em comum. Dessa forma, a escola é cheia de contradições, e portanto, não podemos esperar a chegada da sociedade nova e socialista para retirar da escola tudo o que ela pode dar na perspectiva de transformação da sociedade. Mas ainda a escola é o instrumento na mão que temos para mudar o presente e consequentemente o futuro, seja ele para melhor ou pior, a depender de como essa educação avança.

                A educação não é neutra e nem poderia ser. Pelo sim, pelo não a ação educativa  em geral, e a particular, está comprometida  com alguma idéia político e filosófico. Assim, podemos compreender que ou assumimos criticamente uma posição de comprometimento político ou executamos nossa ação de maneira inconsciente e na qual não teremos, por conseguinte, poder de decisão.

                Em suma, a nossa opção é: temos uma opção filosófica consciente, (o que a educação de qualidade nos leva) ou agimos a partir de valores e finalidades que desconhecemos, (o que não é político).

                A escola, como instância mediadora da elevação cultural dos educandos deve exercer um papel crítico de elevação cultural do indivíduo e da sociedade e não o contrário. As escolas podem servir ao processo de transformação social desde que sejam utilizadas em consonância com um efetivo entendimento da dinâmica social. Para tanto, é necessário que a prática escolar vise a apropriação dos saberes acumulados pela humanidade, ou seja, o conhecimento deve ser contextualizado e mutável, mas passivo de compreensão. A cultural elaborada é elemento fundamental no processo de elevação cultural do indivíduo, é um passo crítico do entendimento do mundo que ultrapassa a superficialidade do conhecimento da práxis cotidiana.

                Portanto, a escola visa uma perspectiva de mudança, mudança positiva para a sociedade, é essa sua função, uma transformação nos moldes do desenvolvimento do indivíduo. A educação não seria necessária se não fosse esse intuito, afinal, sabe-se que a escola é o espaço característico para o crescimento e a propagação de ideais e idéias, é essa sua rela função. Não há sociedade fortalecida sem uma boa educação, temos exemplos disso nos países mais desenvolvidos e os dados revelam, quanto melhor seja a educação, maior progresso de um país.

 

                O sucesso de qualquer instituição está relacionado ao êxito dos seus relacionamentos internos e externos. Dentro de uma organização convivem muitas pessoas, cada uma com características próprias, com personalidades diferentes. Estas pessoas se relacionam entre si e também com outras organizações. Compreender as diversas personalidades existentes proporciona um melhor convívio. É imprescindível identificar o que motiva ou desmotiva as pessoas é uma tarefa que exige atenção, cuidado, conhecimento do ser humano. Através de uma compreensão dessas diferentes personalidades é possível harmonizar a equipe e possibilitar melhorias e uma qualidade de trabalho.

 

Gestão de pessoas na educação

 

O mundo vem passando por mudanças significativas ao longo dos tempos. Dentre elas, tem-se a globalização, um fenômeno responsável pela ressignificação de vários setores da organização, inclusive da Gestão de Pessoas. Falar de gestão de pessoas na educação é falar de humanização, pois o compromisso do educador-gestor é com a sociedade. O começo, meio e fim da educação é o ser humano, então, dessa forma, os recursos mais importantes numa organização são as pessoas nela inserida.

A gestão de pessoas favorece, inegavelmente, o desenvolvimento do ato criativo e da reciprocidade em ensinar e apreender os conteúdos explorados, formando-se uma rede de compartilhamento que propicia ambientes saudáveis onde se promovem as satisfações: profissional e pessoal, além da motivação de todos. As modernas organizações descobrem na qualidade do capital humano um fator decisivo para o seu sucesso. Quanto mais positivo for o ambiente de trabalho, maior será a realização individual e os resultados organizacionais.

As organizações deixaram de ser vistas como necessariamente racionais. As emoções fazem parte das pessoas e deve-se buscar integrá-las ao racional para a obtenção de resultados. Sendo assim, a Gestão de Pessoas na educação favorece a ampliação dos relacionamentos, cria possibilidades de afeto interpessoal e torna possível a cooperação no ambiente de trabalho.

A nomenclatura “Gestão de Pessoas” veio para substituir o termo “Administração de Recursos Humanos”, que passa uma visão das pessoas que trabalham na organização como meros recursos, assim como os materiais e financeiros. O intuito agora é mostrar aos funcionários que eles fazem parte da essência da organização; que eles são cooperadores.

O sucesso de qualquer instituição está relacionado ao êxito dos seus relacionamentos internos e externos. Dentro de uma organização convivem muitas pessoas, cada uma com características próprias, com personalidades diferentes. Estas pessoas se relacionam entre si e também com outras organizações. Compreender as diversas personalidades existentes proporciona um melhor convívio. É imprescindível identificar o que motiva ou desmotiva as pessoas é uma tarefa que exige atenção, cuidado, conhecimento do ser humano. Através de uma compreensão dessas diferentes personalidades é possível harmonizar a equipe e possibilitar melhorias e uma qualidade de trabalho.

 

O planejamento escolar em questão: cumprimentos e análises

 

O ato de planejar faz parte da vivência do homem, é uma atividade que está com ele desde a sua origem. Quando apenas caçava e pescava, o homem também planejava suas ações. Com o passar dos tempos, ele adquiri mais ofícios e com esses, a necessidade de planejar ainda mais o seu tempo e seu modo de agir. Isso prevendo uma organização que lhe é necessária à vida em sociedade.

                Na vida escolar, não deve ser diferente, pois sem um bom planejamento fica difícil atingir o que se almeja. Na escola, assim como na vida, a palavra planejamento é regra. Não há uma viabilidade das ações sem planejar antecipadamente. É comum, no início do ano letivo ou mesmo no final, nos deparamos com práticas como indicar livros, fazer planos de aula e curso, fazer diagnósticos, preencher fichas e formulários; tudo isso, pensando no bem estar da escola. No entanto, muitas vezes, ao que se percebe, essa prática não passa de meros mecanismos de cumprimento de prazos e rituais formais, e esses em sua maioria são vazios e sem contextualização. Alguns planos ou projetos são até engavetados, usados apenas para cumprimento legal. Não há uma discussão e análise desses planos, o que, se fosse feito, auxiliaria bastante na boa execução dos conhecimentos. Para que se entenda melhor o que se pretende aqui, é levarmos em consideração que, de nada adianta apenas planejar sem levar em consideração sua boa utilização. Contudo, o planejamento deve ser cumprido e analisado, afinal, ele deve requerer todas as discussões formalizadas na instituição e postas em prática, se for coerente aos objetivos da instituição e se visa o bem comum.

                Algumas vezes, muitos professores, apenas copiam os planos de um ano para o outro (ou de algum colega ou outra escola, ou do livro didático ou porque deu certo em outro momento), não levando em consideração a realidade de seus alunos. Encontramos por muitas vezes, textos belíssimos, com uma excelente filosofia, contudo, as práticas são contraditórias e não correspondem ao dia a dia da instituição, o que passa a ser bastante perigoso e questionável. Os educadores ao mesmo tempo em que afirmam a importância do planejamento, veem sérias limitações em sua realização. Isso porque não visa uma política séria e com definições nos objetivos da escola, parece só um mecanismo de preenchimento de formulários em exigência apenas da supervisão ou direção da escola.         

                O que o educador precisa se dar conta é que mesmo que inicialmente trabalhoso, o processo de planejamento simplifica bastante a rotina do professor, e também que os planos devem ser bastante reflexivos e que atendam à demanda da realidade da escola.  O ideal é planejar sempre e com criticidade, nada de planos soltos e sem objetivos. O ideal é que haja um estudo, um diagnóstico, uma profunda investigação e um conhecimento do que se quer ensinar.

 

 

O educador e a valorização do conhecimento de mundo da criança

 

            A escola é uma instituição atualmente considerada formal, mas possui uma função social que deva favorecer o indivíduo de forma completa e eficiente se levar em consideração o avanço da criança em todos os sentidos. Mas isso deve estar voltado no conhecimento que a criança tem, mas, principalmente naquilo que ela interesse a ela, o que gosta e considera significativo, isso porque, a aprendizagem se tornará integral.

            Nós, educadores devemos perceber a importância de reconhecer essa forma de trabalhar como a mais prazerosa e, por esta razão, a mais envolvente e consequentemente, mais eficiente, afinal de contas, aprender o que se gosta e como se quer, é uma forma de valorização do “eu” da criança, e assim, ela entenderá como estímulo ao conhecimento, pois o prazer leva ao compromisso sem sacrifícios.

            A prática consciente e consistente dos educaores está enraizada no compromisso ético, social, cultural e político levando assim, a inclusão social dos seus alunos. Um educador que reconhece seu papel, se torna um profissional comprometido politicamente com o aluno, assim considera e valoriza o conhecimento de mundo dessa criança. O letramento e/ou mesmo a alfabetização do indivíduo são considerados por gama de multiplicidade de fatores. Dentre estes, os de ordem cultural, social e política que são relativos aos critérios ou aos conceitos dos diferentes povos, culturas e momentos históricos.

            É de suma importância que o alfabetizador conheça os processos de aprendizagem construídos pela criança ao aprender a ler e escrever, perceber quais hipóteses mais favoráveis e as dificuldades das crianças ao longo desse percurso. No entanto, é preciso ter em mente que não é possível alfabetizar sem método, sempre há um método ou métodos a seguir. Ao conhecer a história da educação, conhecemos os métodos de alfabetização, esses poderão levar o professor a compreender e identificar permanências e princípios norteadores que vão ajudá-lo em sua práxis, relevando a situação específica de cada sala de aula, os conteúdos a ensinar, os processos cognitivos dos alunos e suas dificuldades e facilidades em adquirir certas habilidades.

 

               

A importância da brincadeira como princípio educativo na Educação Infantil

 

            A maioria dos autores afirma que a brincadeira é desenvolvida pela criança para seu prazer e recreação, mas também permite a ela interagir com pais, adultos bem como explorar o meio em que vive. Como a criança é um indivíduo em desenvolvimento, sua brincadeira é uma forma de construção e vai se estruturando com base no que é capaz de fazer em cada momento, cria e recria possibilidades e situações diferentes de expressão, comunicação e relacionamento com o ambiente sociocultural no qual se encontra e com isso, pretende-se ser inserida. Ao longo do desenvolvimento, as crianças vão construindo novas e diferentes competências, e assim atinge o maior contexto de práticas sociais, permitindo-lhes compreender sua posição no mundo e atuar de forma mais ampla no mundo.

            É a partir da brincadeira que a criança conhece, vence os obstáculos e portanto, cresce, dessa forma se desenvolve e constrói sua experiência de se relacionar com o mundo de maneira consciente, ativa, permitindo uma vivência única de experiências que leva a tomadas de decisões. Em um jogo qualquer, ela pode optar por brincar ou não, o que é característica importante da brincadeira, pois oportuniza o desenvolvimento da autonomia, criatividade e responsabilidade quanto a suas próprias ações.

            A brincadeira é uma forma de conhecimento, é através dela que o indivíduo se prepara para outras etapas da vida. Dessa forma, percebe-se que, é preciso esse entendimento, que professor assim reconheça a importância do princípio da brincadeira para o desenvolvimento infantil, tão discutido hoje e já estabelecido no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, o que representa uma conquista e efetivação dos direitos da criança integrada à modalidade de educação infantil.

 

Referências:

Kishimoto, T. M. (2002). O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira-Thomson Learning.

Piaget, J. (1987). O Nascimento da Inteligência na Criança. Rio de Janeiro: Guanabara.

Pontes, F. A. R. & Magalhães, C. C. (2003). A transmissão da cultura da brincadeira. Psicologia: Reflexão e Crítica, v.6 n.1, 117-124.

 

A importância da gestão escolar democrática

 

                É titular em nossa cultura e isso decorre na história brasileira que, as muitas formas de governar, infelizmente ainda são solitárias e muitas vezes, autoritária. No entanto, a sociedade, talvez por perceber que é mais difícil e trabalhoso discutir e tomar decisões, sozinha, resolveu (aos poucos) desenvolver outra política, a gestão democrática. O que tem dado muito certo em organizações, inclusive na escola. A participação viabiliza a todos nós o conhecimento e a avaliação de tudo que nos é prestado. Quando a comunidade participa ativamente dos projetos ou mesmo de toda a construção da identidade da escola, fica mais fácil atingir a qualidade no ensino, pois, ao avaliar, questionar e participar, o indivíduo promove o crescimento de todos e também exige melhorias.

                Portanto, a participação significa a democratização, a intervenção na gestão. Como a educação diz respeito à influência intencional e sistemática sobre o ser humano, com o propósito de formá-lo e desenvolvê-lo em uma sociedade, é claro que a participação da comunidade é imprescindível, pois quando se fala em educação, fala-se em desenvolvimento sócio político, cultural e econômico do indivíduo. E nada mais justo que fazer da gestão escolar, um governo mais democrático, pois essa é de todos e para todos. Dessa forma, todos têm direito em opinar e participar das intenções dessa gestão. A participação quando é favorável à escola, caminha pelo processo organizacional em que os profissionais e usuários da escola compartilham institucionalmente em certos processos na tomada de decisão.

                No primeiro momento, pensamos que a participação deve ser um ingrediente dos objetivos e metas da escola, pois é na escola que aprendemos e nos desenvolvemos. Afinal, é o local onde entendemos o que é viver em sociedade, é nela que participamos ativamente das questões culturais, sociais, éticas, econômicas e políticas. No segundo momento, é por meio da participação que a escola passa a ser a segunda casa da comunidade, deixa de ser um espaço apenas formal para ser um ambiente prazeroso e gratificante. Quando estamos nos sentindo bem e sabemos que podemos contribuir na gestão da escola, o processo ensino aprendizagem flui consideravelmente. Desenvolvendo a vivência da prática de decisões democráticas, os funcionários, os pais, alunos e professores vão se sentindo responsáveis pelas decisões, que com certeza, influenciarão e afetarão toda a sociedade.

                Mas, para haver participação é imprescindível autonomia, a escola deve e pode se autogovernar, pois ao conceber o ato político de existir e mudar a vida do educando e da comunidade, ela tem o diferencial que é o saber, o conhecimento. A autonomia significa poder e saber tomar decisões sobre seus objetivos e sua organização. Contudo, esse processo de autonomia deve ser responsável e coerente aos meios éticos. Quando isso ocorre, a escola passa a ser dona de seus próprios caminhos e torna a comunidade co-responsável pelo êxito da instituição. Assim, a escola se transforma em uma instância promissora, com um trabalho coletivo, onde a aprendizagem passa a ser satisfatória e engrandecedora para favorecer ao indivíduo e a toda sociedade.

 

Currículo, a identidade da escola e da sociedade

 

                O currículo, assim como a própria escola, não é estático e está, portanto, em total desenvolvimento. Dessa forma, nos permite refletir e discutir acerca de várias questões que consideramos relevantes para o desempenho do processo ensino aprendizagem. Nessa perspectiva, o currículo deve ser considerado significativo, a partir da premissa que esse deve oferecer uma educação de qualidade para todos, se tornando democrática e multicultural.

                A palavra currículo é muito familiar para todos nós que trabalhamos na escola e nos sistemas escolares. Talvez por conta disso, não pensamos muito ou mesmo refletimos sobre o sentido do termo, tão frequente nas conversas em escolas, palestras, textos acadêmicos ou em outras discussões. À palavra currículo associam-se distintas concepções, que derivam dos diversos modos de vida, fatores socioeconômicos, políticos e culturais. Assim, o currículo deve ser entendido como conteúdos a serem ensinados, as experiências de aprendizagem escolares a serem vividos pelos alunos, os planos pedagógicos elaborados por professores, escolas e sistemas escolares, os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino e os processos de avaliação que influenciam nos conteúdos e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus de escolarização. Então, o currículo associa-se ao conjunto de esforços pedagógicos desenvolvidos com intenções educativas. E como identidade da escola, direciona a variados posicionamentos, compromissos e pontos de vista teóricos, e assim, afirmam em maior ou menor ênfase discussões sobre o que sabemos exatamente sobre a importância dos conhecimentos escolares, confrontando muitas vezes, sobre procedimentos, relações sociais e o cenário atual. O que realmente é importante aprender? E por quê? Como e quando usaremos na nossa vida em sociedade?

                Julgamos importante ressaltar que, qualquer que seja a concepção de currículo que adotamos, não nos parece haver dúvida quanto à importância no processo educativo escolar. É no currículo que se sistematizam nossos esforços pedagógicos. Em outras palavras, podemos dizer que o currículo representa a identidade da escola, o coração, o centro onde atuamos e nós, no papel de educadores somos responsáveis por sua elaboração e sua consistência, temos a obrigação em participar criticamente e criativamente na elaboração de currículos mais atraentes, democráticos e fecundos. Afinal, a escola precisa trabalhar o que é de fato relevante para o indivíduo, pois esse é o sustentáculo da sociedade, ele é social, biológico, econômico, cultural e político. Pensando assim, podemos entender que, para manter a sociedade em profunda harmonia, é preciso provirem dessa, indivíduos críticos e reflexivos, donos de sua própria história ou mesmo continuação do próprio homem no meio social.

                Devemos pensar que a escola é responsável pela continuação do homem. Afinal, o que seria dele sem uma educação de qualidade? O que seria da sociedade? Do mundo? Mas, a escola não é relevante sem um bom currículo, ela apenas reproduziria, mas nada. Portanto, nosso papel enquanto educadores é recorrer às reflexões e discussões a partir dos documentos oficiais, como a Lei das Diretrizes e Bases, as Diretrizes Curriculares, as Propostas Curriculares Estaduais e Municipais. Neles encontraremos subsídios fundamentais para o nosso trabalho. Quando buscamos atender às exigências da lei, propiciamos uma educação mais justa e de qualidade, só assim, acontecerá a mudança positiva e necessária para um mundo melhor.

 

 

Avaliação, prática e aprendizagem

 

                Muitas são as práticas avaliativas presentes no nosso sistema educacional e essas são concebidas de diferentes teorias e concepções pedagógicas. Dentro dessa perspectiva, as práticas avaliativas tendem a provir de diversas vivências e modos de crenças e princípios.

                 A todo momento, nós educadores estamos frente às muitas mudanças, ora defendendo uma teoria, ora excluindo outras. O que nos permite dizer que, o modo de avaliar vive sob constantes transformações e ao longo dos tempos, vem se adequando às concepções pedagógicas e correntes teóricas que mais convêm ao momento socioeconômico, cultural e político em que se encontra não só a educação como o país.

                Ao discutirmos sobre as formas de avaliar, estamos colocando em reflexão a validez do processo ensino aprendizagem, pois a partir de uma boa avaliação, podemos considerar se foi ou não relevante o aprendizado e se esse é ou não transitório. Há muitas formas de elaborar instrumentos e aqui é importante ressaltar que seus resultados não podem ser definitivos. Afinal, cada aluno tem sua forma de aprender e ser avaliado. Temos muitos tipos de avaliação, são eles, trabalho escrito e oral, provas e testes, questionários, memorial, portfólio, relatórios, projetos, interpretações, enfim, variadas formas que podem e devem ser utilizadas com frequência. A forma de pesquisa também é outro referencial para uma boa prática de aprendizagem e consequentemente, uma avaliação satisfatória.

                É de suma importância considerar que a diferenciação dos tipos de avaliação, pois essa pode provocar no educando uma possível mudança, e acredito que para melhor. É sabido que o tradicionalismo teve lá suas contribuições, mesmo que pequenas mais significantes. Porém, devemos levar em conta que é necessário revigorar a forma de avaliar. Contudo, assim como na aprendizagem, a maneira de avaliar precisa atingir objetivos concretos e relevantes, ou ficaremos à margem da avaliação sem sucesso. Quando bem planejados, construídos e trabalhados, os tipos de avaliação só tendem a ajudar no desenvolvimento do educando, pois, a prática variada de exercícios só contribui para o crescimento do educando.

                Se pensamos em uma boa construção das avaliações, pensamos em sua aplicação de forma clara, esclarecedora, contextualizada e objetiva. Os parâmetros vão desde a linguagem precisa a um conteúdo significativo, coerente, com propósitos e visando o bom raciocínio. De nada adianta avaliar por avaliar, é imprescindível alcançar horizontes (quando se fala em horizontes, não são apenas números, mas, uma aprendizagem significativa e duradora). Embora, nossa história tende a transpor outras atitudes, passamos a vida toda desenvolvendo avaliações classificatórias, seletivas e muitas vezes, excludentes. Isso, partindo do princípio que só nos damos conta da necessidade da avaliação formativa. O que se pretende aqui é buscar alternativas de mudança, mas uma mudança satisfatória e compensadora; buscar uma prática de avaliar melhor, não só para o bem do educando, mas também do educador, pois esse último, com certeza, ganhará muito com uma aprendizagem mais firme e significativa de seus alunos.

 

 

A escola como instância mediadora da pedagogia

 

    Numa sociedade primitiva, a educação era efetivada através da convivência entre crianças, jovens e adultos, sendo que os mais jovens aprendiam pela participação prática nas atividades de trabalho, nos rituais sociais e religiosos, assimilando assim, a vida em sociedade. Portanto, a educação se processava no cotidiano assistematicamente. Com a organização em classes (dominante e dominado) tornou-se necessário formas de ações mais complexas e sistemáticas, devido ao acúmulo de experiências sociais.

     A educação espontânea não dava mais “conta do recado”. O segmento dominante da sociedade foi assumindo como propriedade sua cultura acumulada e necessária à vida social, instituído um meio de transmitir os saberes (segredos) aos seus descendentes, meio este foi ganhando formas diversas ao longo do tempo, e, posteriormente, na moderna sociedade burguesa, foi denominado de escola. O conhecimento passou a ser transmitido como um segredo pertencente à classe dominante, não mais cedo comum a todos, centralizando-se nas expectativas e necessidades do segmento dominante. Foi em decorrência da experiência histórica da humanidade que se descobriu a importância para a sociedade da transmissão e assimilação dos conhecimentos, sendo, porém percebendo a sua importância na perpetuação de valores. No Brasil a escola sempre foi privilégio do segmento dominante, apesar das camadas populares identificarem a necessidade de acesso ao conhecimento.

    Enquanto não mudarmos a nossa base econômica e a nossa estrutura social e política, ficaremos na expectativa do acesso a uma boa educação.

 

Alienação social e alienação escolar

 

                O erro de tais teses é deslizar da ideia de que a escola é um instrumento a serviço das forças de opressão social para a ideia de que a própria escola é a fonte da opressão social. Mas de fato, a escola não é a fonte da alienação social. A alienação nasce de condições de vida econômica e socialmente determinadas, e não da transmissão cultural. As significações ideológicas da escola não fazem senão traduzir uma organização social onde reina a dominação de classe. O que é alienante é, de início, o modo de produção econômico e as estruturas sociais opressivas que engedra, é a divisão capitalista do trabalho, é a dominação de classe.

                E a escola só é alienante na medida em que reflete uma alienação social que lhe preexiste. A escola não é portanto, a fonte da alienação; é apenas um instrumento a serviço das forças sociais alienantes. Suprimir a escola não será, portanto, suprimir a própria alienação, pois a sociedade permanecerá alienante. A destruição da escola levaria a classe dominante a encontrar novamente seus modos anteriores de transmissão ideológica ou a criar outros novos. A criança seria complemente abandonada à ideologia dominante, veiculada pela família, por seu ambiente social. A supressão da escola não permitiria libertar uma espontaneidade natural da criança; entregaria simplesmente a criança à ideologia difusa invertida em todos os estereótipos que a sociedade lhe propõe.  Na realidade, a criança seria liberada da interpretação escolar dos fatos, mas, não de toda a interpretação ideológica. Não existem fatos brutos, como a epistemologia mostrou há muito tempo.

                 A escola não é fonte de ideologia, da alienação, da opressão. Mas, não está menos a serviço da classe dominante. A escola é uma instituição social que transmite uma ideologia que não criou. Ela se proclama como meio educativo com finalidades culturais. Mas a escola não inventa a cultura; ordena-se a concepções culturais que são geradas pela própria sociedade, isto é, de fato pela classe dominante. A cultura é fenômeno social antes de ser fenômeno escolar. É, aliás, por essa razão que pudemos analisar as significações ideológicas das noções de cultura e de infância antes mesmo de falar de escola. As concepções culturais ideológicas são difundidas em todas as sociedades; não se trata, nesse caso, de obra da escola, é antes de tudo, conseqüência da própria vida social, que gera ideologias. Entretanto, isso não significa que a escola reflete passivamente a ideologia dominante que é difundida por toda parte. A escola é uma instituição social com intenção educativa e funciona segundo as suas finalidades institucionais específicas. Não se contenta em refletir a ideologia social, o que lhe traria toda a utilidade verdadeira: se a escola fizesse o que faz a própria sociedade, a sociedade não teria necessidade dela.

               

A ESCOLA COMO MEIO EDUCATIVO DE FINALIDADES CULTURAIS

           

            A escola é como o lugar de instrução e como meio educativo é tal como imagina a pedagogia ideológica, e tal como se organizou ao longo desses anos. Ela tem necessidade de elaborar sua própria estratégia educativa e de investi-la num sistema escolar que, mesmo quando é financiado pelo Estado, reivindica sua autonomia em face da sociedade. A sociedade é demasiadamente corrompida para dar à criança uma educação que lhe permita tornar-se plenamente homem. É preciso, portanto, educar a criança na escola, meio fechado que a protege de todas as influências sociais perniciosas.

            A escola, nessa perspectiva, define-se como meio educativo e se ordena para finalidades culturais. O meio escolar depois de ter rejeitado toda a relação direta com a sociedade, constitui-se em meio cultural autônomo, mas, cumpre-se de início, m ponto importante: a concepção atual da escola como meio educativo não é a única possível. Como efeito, a ideia de que a escola deve ter uma vocação essencialmente educativa não é tão evidente quanto geralmente se pensa. Historicamente, não nasceu como meio de educação substituindo-se à sociedade, mas como lugar onde era dispensada uma instrução que completava a educação recebida na sociedade.

            É a recuperação da escola por uma pedagogia da atualização e da corrupção da natureza humana que transformou a escola neste meio educativo que ainda hoje ela se esforça por ser. Existe aí um fato essencial que merece algumas explicações históricas: com efeito, que a concepção atual da escola não seja a única possível significativa que uma rejeição da escola que conhecemos não deveria levar obrigatoriamente a uma recusa de toda forma de instituição escolar.

            A escola foi de início lugar de instrução, isto é, lugar de transmissão de um saber que não tinha curso na sociedade sob forma de imediatamente assimilável. Assim, a escola grega não era um meio educativo que visava à formação da personalidade da criança em todos os seus aspectos. A escola era simplesmente esse local não-especializado em que o mestre trabalhava. Este saber desempenhava certo papel na formação da criança, mas o essencial da educação era recebido fora da escola, na família e na sociedade. A ideia de educação estava à de relação privilegiada entre uma criança e um adulto.

            Portanto, a vocação da escola na antiguidade não era automaticamente, educativa. Pode-se considerar a escola, seja um lugar no qual a criança adquire conhecimentos e técnicos que a sociedade pode transmitir-lhe diretamente, seja como meio de vida que pretende formar a personalidade da criança em todos os seus aspectos. Era um domínio especializado.

            Hoje, a educação busca um sujeito integral e repleto de ideais em comum com a sociedade, no momento mais justo e igualitário. Aqui, a educação passa a ser o marco inicial para o engrandecimento do indivíduo. Nesse contexto, a educação busca reagir contra os antigos parâmetros, onde visava apenas a especialização do sujeito esquecendo sua essência. Mas a educação mudou e mudou na intenção de ajustar o indivíduo aos seus ideais mais supremos.

 

Dificuldades de aprendizagem: Uma situação de risco

 

    A aprendizagem é um processo de aquisição e assimilação mais ou menos consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar agir. Assim os educadores não podem limitar o saber fazer, mas devem estar consciente e dar razões porque procedem desta e daquela forma. É que a educativa não é uma arte que se aprende empiricamente, mas em reflexões profundas de natureza filosófica e em apuradas investigações de índole cientifica, só tomando consciência destes pressupostos básicos poderão os educadores fazer uma obra verdadeiramente humana.

    A dislexia e a disgrafia ou mais conhecida como letra feia são como dificuldades especificais da aprendizagem, tornando-se não só um problema social como também um problema econômico cultural.

    Só o fato de não saber ler nem escrever representam uma injustiça social, porque os que não sabem ler nem escrever estão condenados a incultura, a ignorância ao analfabetismo e a manipulação social. O perigo de uma sociedade analfabeta, dependente, imatura e incultura é um terreno propicio e desigualdade e a opressões de varias ordens.

    Sendo o elevado índice de evasão escolar uma preocupação, propusemo-nos a iniciar um estudo sobre esta matéria com o tema: Dificuldade de aprendizagem na leitura. A leitura tem importância fundamental na vida das pessoas. A necessidade de muita leitura está posto entre todos, haja vista, que propicia a obtenção de informações em relação a qualquer contexto e área do conhecimento, assim como, pode constituir-se em fonte de entretenimento. Para uns, atividade prazerosa, para outros, um desafio a conquistar. Urge compreender que a técnica da leitura garante um estudo eficiente, quando aplicada qualitativamente. Mas, a dificuldade em realizar a leitura é tida como um dos maiores obstáculos enfrentados pelos alunos. Preocupados com essa questão, vários educadores estão em busca de o melhor caminho a seguir, contribuindo para um melhor desenvolvimento da leitura. Segundo pesquisas, as escolas estaduais apresentam maior índice em relação à dificuldade com a leitura, porém, vale ressaltar que acontece em todas as instituições de ensino independente do segmento (público ou particular).

    É de suma importância para lidar com esta situação, enquanto educadores, ter a consciência de que as dificuldades apresentadas na leitura estão intensamente ligadas ao desenvolvimento das habilidades na escrita provenientes de alterações ou erros de sintaxe, estruturação, organização de parágrafos, pontuação, bem como todos os elementos necessários para a composição do texto. A dificuldade de leitura e escrita é causadora de conflitos e angústias nos indivíduos que sofrem por terem essas dificuldades. Pois a maioria desses alunos apresenta dificuldades em ler corretamente, com entonação de voz e dificilmente conhece e respeita a pontuação, a falta de hábito pela leitura, a falta de incentivo por parte da família.

    Alunos que apresentam limitações para aprender e necessitam de um acompanhamento médico e métodos adequados de ensino devem ser assistidos e os professores capacitados. Assim, se um aluno não ouve bem, fatalmente encontrará mais dificuldades em aprender do que seus companheiros. Alunos com problemas afetivos emocionais também às vezes se sentem inferiorizados e são tachados como preguiçosos, devido ao desinteresse em ler. Essas crianças demonstram insegurança, inibição e desinteresse pela escola, assim, a autoestima diminui e se  ele se isola e desenvolve um comportamento agressivo com os companheiros e professores também é logo taxado como violento.

         Dessa forma, o papel da escola não é mais o de mera transmissão de informações; hoje, exige-se que ela desenvolva a capacidade de o aluno aprender, o que subentende o domínio da leitura e da escrita. O aluno, no universo da cultura letrada, desenvolve a habilidade de dialogar com os textos lidos, através da capacidade de ler em profundidade e de interpretar textos significativos para a formação da sensibilidade, da cultura e da cidadania. A escola vem, pois, constituindo-se como espaço privilegiado para a aprendizagem e para o desenvolvimento da leitura, pois aí se dá o encontro decisivo da criança no ato de ler. Portanto, o objetivo da escola é a integração do aluno com a sociedade e facilitar seu acesso ao mundo do adulto. A escola tem contas a ajustar com a sociedade e com as famílias, pois a mesma tem tentado provar sua eficiência, responsabilizando o aluno pelo seu fracasso e não assumindo o seu papel como deveria. Falta o ajustamento entre as características do aluno e o método proposto em sala de aula.

 

 

A Importância do Projeto Político Pedagógico

 

            Toda instituição de ensino visa um processo ensino aprendizagem de forma crítica e contextualizada. Nesse intuito, é imprescindível uma proposta que atinja os objetivos e metas que regem a educação. Portanto, a idéia de um documento que permeie e direcione as idéias da comunidade se faz necessário a fim de uma construção democrática e mais justa. O Projeto Pedagógico é esse documento, ele vem tomando força no discurso oficial em quase todas as instituições de ensino, desde meados da década de 90 com a LDB (Lei das Diretrizes e Bases). Porém, isto não quer dizer que, antes desta lei, as propostas dentro dos Projetos Pedagógicos fossem inexistentes ou pudessem ser desconsiderados, pois de forma alguma, uma escola não pode trabalhar sem um direcionamento legal e pedagógico.

            Tal documento é o resultado de um trabalho democrático e em conjunto dos profissionais da educação, desta instituição escolar, numa forma contextualizada da realidade da sociedade em que está inserida, isso com o objetivo de respaldar as ações administrativas, burocráticas e pedagógicas nesse âmbito. Há real necessidade, uma consciência, por parte dos educadores e da comunidade escolar, de que este instrumento de gestão se encontra aberto a todo e qualquer tipo de sugestão e encaminhamentos. Sabemos que nenhum Projeto Pedagógico Institucional pode ser dado como pronto e acabado, isso seria estático demais, e não faz parte da educação de qualidade, afinal, ela vive em constante transformação, portanto, requer um plano real, flexível e passivo a mudanças, se isso não ocorre, fica sob pena de se cristalizar e deixar de acompanhar os movimentos da história.

            Portanto, nossa reflexão continua baseada principalmente na prática pedagógica contextulizada e voltada ao cotidiano e realidade de nossos educandos e nessa discussão dos referenciais teóricos preestabelecidos a partir do reconhecimento da clientela que nos encaminharemos para uma “práxis” responsável e compromissada com uma escola qualidade e para todos sem exceção de cor, raça, credo, ou condição sócio político e econômico. O PPP (Projeto político Pedagógico) é um documento resultado do planejamento é nele que são registradas as decisões mais concretas de propostas futuristas. É projeto porque requer planos para o futuro, é político porque todos devem participar e é pedagógico porque circunda a educação. Trata-se de uma tendência natural e intencional do ser humano. Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro no objetivo de alcançar. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma estabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.

            Falar de uma proposta pedagógica é falar em construção e definição de idéias de todos os envolvidos dentro da educação. Falar em projeto pedagógico é falar em futuro, em planejamento consistente e que vise um contexto participativo, onde o passo inicial é a elaboração do marco referencial, sendo este a luz que deverá iluminar o fazer das demais etapas.

Toda escola deve ter definida, para si mesma e para sua comunidade escolar, uma identidade e um conjunto orientador de princípios e de normas que iluminem a ação pedagógica cotidiana. O Projeto Pedagógico vê a escola como um todo em sua perspectiva estratégica, não apenas em sua dimensão pedagógica e administrativa ou mesmo burocrática. É utilizado a fim de realizar sonhos, é uma ferramenta gerencial que auxilia a escola a definir suas prioridades estratégicas, a converter as prioridades em metas educacionais, a decidir o que fazer para alcançar as metas de aprendizagem, a medir se os resultados foram atingidos e a avaliar o próprio desempenho.

 

A inclusão e sua importância na educação

 

            A questão da inclusão marca o lugar da diferença hoje no mundo do ditos “normais”, mas, ao conviver com algumas limitações humanas mais evidentes ou menos claras, percebemos que a inclusão é uma tarefa nada fácil. Isso partindo do princípio que ser diferente além de dispendioso não é nada barato para os cofres públicos, pois requer investimentos considerados “abusivos” para os mais favorecidos. Mas, quando se fala em inclusão, permanece a ideia de inclusão primeiramente na escola e manter escolas especiais parece o foco de muitos por ser mais fácil.

            É certo que, o encaminhamento de alunos para escolas especiais ou a manutenção de classes especiais deveriam constituir exceção a ser recomendada quando a educação na classe regular mostrar-se incapaz de responder às necessidades educacionais ou sociais do educando, a começar pelos investimentos quase zero. E então, a inclusão passa a ser uma prática quase sempre num reflexo de apelos, expectativas e necessidades dos educadores, não correspondendo às reais necessidades dos educandos.

            A falta de qualificação profissional e despreparo dos professores é ainda uma realidade na educação, e se isso atinge a todos, isso inclui aos literalmente excluídos, os nossos alunos especiais. A deficiência não deve ser tomada, isoladamente, como obstáculo ou impedimento que impossibilita o pleno desenvolvimento das potencialidades de uma pessoa. Infelizmente em nosso País, as escolas especiais têm se tornado um dos mecanismos preferenciais dessa sociedade seletiva, afinal nossas escolas regulares não atendem à expectativa de pessoas com necessidades especiais. E as escolas públicas menos ainda têm correspondido às características individuais e socioculturais diferenciadas de seu alunado, piorando mais e mais a situação da tentativa de inclusão, o que funciona de forma seletiva e excludente.

            A concepção da escola inclusiva aproxima-se dos eixos norteadores da Escola Plural, em cujos fundamentos reconhecem-se as diferenças humanas como normais e a aprendizagem centrada nas potencialidades do sujeito, ao invés de impor aos educandos rituais pedagógicos preestabelecidos. Contudo, deve-se atentar a analisar nossas instituições e propor mudanças a fim de atender essa demanda. Nesse sentido, todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de qualquer dificuldade ou diferença que possam ter. Mas as escolas devem responder às necessidades diversas de seus alunos, atendendo a todos sem distinção, incorporando estilos e ritmos de aprendizagem por meio de arranjos organizacionais, currículos apropriados, estratégias de ensino, recursos e parcerias com as comunidades. Assim, é possível a viabilidade da inclusão dos alunos portadores de deficiência e necessidades educacionais especiais no sistema regular de educação, mas requer o provimento de condições básicas como reformulação de programas educacionais e formação permanente dos educadores, e de principalmente de boa vontade de todos os envolvidos nesse processo, dentre outras coisas.

 

A educação e a construção de uma sociedade mais justa

 

                Muito tem se falado na educação como forma de edificação do indivíduo perante a sociedade, constituindo o meio mais eficaz e disponível para se conseguir um “lugar ao sol”. Melhorar o status na sociedade é o sonho de muitas pessoas e pior que seja a posição que ocupa, há uma crença muito difundida que, se tiver motivação e uma boa educação, a concretização de seus ideais é mais que certo.

                Apesar de já concretizados os ideais de uma escola pública, universal e gratuita em quase todos os países ditos desenvolvidos, ainda são sonhos perseguidos por muitos países, principalmente aqueles da América Latina. Mas esses sonhos não são novos, ao contrário, têm raízes profundas no passado. Passado esse em que os princípios e ideais como igualdade de direitos e oportunidades constituíam doutrina no liberalismo. Contudo, o papel do liberalismo constitui na educação um instrumento de construção para uma sociedade igualitária e mais justa e essa está presente fortemente nos discursos variados na pedagogia e plano de estado no Brasil.

                O liberalismo é um sistema de crenças e convicções, uma ideologia. Dessa forma, a doutrina liberal reconhece as desigualdades sociais e os direitos igualmente estabelecidos, uma necessidade para uma sociedade melhor, mas isso deverá começar por uma educação boa e de qualidade para todos.

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